“Nunca pedi isso aí, nenhum parente meu está sendo investigado pela Polícia Federal”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no fim da tarde desta segunda-feira (27/04), ao ser perguntado sobre uma eventual ingerência na Polícia Federal, como denunciado pelo ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ao pedir demissão. Ele falou a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.
Bolsonaro também disse que “gostaria de estar assumindo a presidência hoje”, em referência à demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Comparando a escolha do ex-auxiliar a um casamento, ele disse que não teve muito tempo para escolher sua equipe e que, embora “lamente” o desfecho da relação com o ex-juiz, desentendimentos do tipo “acontecem”.
Ele afirmou ainda que já queria trocar Valeixo desde o ano passado e que o próprio delegado assumiu que estava cansado. Segundo ele, a substituição, que levou à saída de Moro, estava “certa” com o ex-ministro.
“Não é questão de arrependimento, mas, se você analisar minha vida, era quase inacreditável eu chegar à presidência, cheguei sem o partido que estava no governo. Se PSDB, DEM, PT chegarem à presidência, eles têm 90% do ministério já pronto. Eu tinha 10%. Apesar da presunção, dois meses foram pouco tempo, se bem que entendo que nosso ministério é admirado pela população.”
A escolha do sucessor de Moro, garantiu ele, vai envolver “mais conversas” para decidir um nome mais alinhado ao posicionamento ideológico do presidente. “Teremos cuidado. A gente vai conversar mais vezes, são bandeiras muito claras para a população, valores familiares, questão de armamento, política liberal, patriotismo, aborto, isso pesa. Você pode falar que aquela função não tem nada a ver, tem sim, tudo é interligado, porque o povo votou em mim”, declarou.