Bolsonaro orienta Ernesto Araújo a não comentar medidas adotadas por Biden

Novo presidente dos EUA abandonou uma série de ações apresentadas ainda na gestão Trump que tinham o apoio do governo brasileiro

Mayara da Paz
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Durante sua transmissão semanal ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (21/), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) orientou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a não comentar medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a fim de não “interferir” na política externa.

Na live, o chanceler foi questionado sobre o retorno do país norte-americano à Organização Mundial da Saúde (OMS) e o rompimento com a aliança mundial contra o aborto. Bolsonaro no entanto, interferiu e pediu a Araújo, em voz baixa: “Não é caso de entrar em política externa de outros países, né? Fala alguma coisa sem interferir”.

Após a orientação de Bolsonaro, o chanceler respondeu que a relação do Brasil com os Estados Unidos “tem tudo para ser boa”.

“Acho que tem tudo para ser uma boa relação. Temos muita coisa em comum, temos interesse na segurança, em promover a democracia aqui na América do Sul, por exemplo, interesse econômico evidente, continuar vários acordos, interesses do empresariado brasileiro e americano, trabalhar juntos no meio ambiente, por que não?”, ponderou o ministro.

Medidas de Biden

Após tomar posse como o 46º presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden assinou medidas importantes que, segundo especialistas, já dão um norte para onde caminha a relação do país com o Brasil.

Entre as principais ações, estão medidas nas áreas de saúde e prevenção ao coronavírus, meio ambiente, economia e equidade racial.

Além disso, o presidente determinou o retorno dos EUA à Organização Mundial da Saúde (OMS) e ao Acordo de Paris, tratado mundial que busca reduzir o aquecimento global. O país havia deixado as organizações durante a gestão de Donald Trump.

O governo de Biden ainda anunciou que está abandonando a postura da administração de Donald Trump de vetar termos como saúde reprodutiva e direitos sexuais em programas e resoluções internacionais.

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