Bolsonaro diz que serão convocados 1.250 novos agentes para PF e PRF

Presidente ressaltou que convocação desse montante, em vez de 2.000, foi "o que deu para fazer" com crédito extra de R$ 2,5 bi no orçamento

Mayara da Paz
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (3/5) que “foi acertado” abrir mais 625 vagas para os aprovados nos últimos concursos da Polícia Federal (PF) e outras 625 vagas dos candidatos que passaram nas provas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), totalizando 1.250 novos agentes para ambas as polícias. A declaração foi feita a apoiadores, no Palácio da Alvorada, e foi transmitida por um canal simpatizante ao governo.

Nessa segunda-feira (2/5), diante de concurseiros que estavam no cercadinho da Alvorada, o chefe do Executivo federal telefonou para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para tratar sobre o assunto. Ele pediu para que o ministro discutisse com o Ministério da Economia a convocação de mil servidores para cada corporação.

Segundo Bolsonaro, a ideia é que outras forças policiais sejam beneficiadas ainda este ano, após o período eleitoral. Durante a conversa com simpatizantes nesta terça, ele explicou o recuo dizendo que “foi o que deu para fazer” com o projeto aprovado no Congresso Nacional que abriu crédito suplementar de R$ 2,57 bilhões no orçamento.

“Ontem foi acertado mais 625 vagas para cada força. Foi o que deu para fazer com o PLN 01. Agora, os demais vão ter outra oportunidade, talvez este ano ainda, acabando as eleições. […] Tudo que foi possível fazer eu fiz, vocês já são excedentes”, afirmou.

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O governo Bolsonaro vive período conturbado com alguns servidores públicos. Tudo começou depois que foi anunciado reajuste salarial para policiais, mas o aumento financeiro de outras categorias ficou de fora dos planos
O aumento salarial para a área da segurança partiu de uma demanda do próprio presidente
No fim de 2021, antes da votação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional pedindo que fossem reservados R$ 2,5 bilhões para reajustes salariais em 2022
No entanto, o orçamento enviado só prevê correção salarial para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen)
Como consequência, servidores da Receita Federal e do Banco Central começaram a entregar cargos, em protesto
Além disso, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), composto por mais de 30 categorias, programou para 18 de janeiro o Dia Nacional de Mobilização. A intenção é pressionar o governo a conceder reajuste para todos os servidores
Sem resposta, servidores públicos de mais de 40 órgãos federais realizaram, no dia 18 de janeiro, protestos em frente ao Banco Central e ao Ministério da Economia, em Brasília, cobrando por reajustes com base na correção da inflação
Em meio à repercussão, Bolsonaro chegou a afirmar que todos os servidores merecem aumento. Contudo, em nenhum momento especificou se outras categorias, além da segurança pública, receberiam o reajuste
A pressão do funcionalismo público por aumento salarial tem preocupado a equipe econômica. O ministro Paulo Guedes, no entanto, não esconde que é contra qualquer reajuste
De acordo com Guedes, o governo precisa “ficar firme”. “Sem isso, é como Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos, até explodir a barragem e todos morrerem na lama”, disse o ministro sobre o assunto

No dia anterior, o presidente trabalhava com a ideia de chamar 2 mil novos agentes da PF e da PRF. No mês passado, ele havia anunciado que 500 profissionais de cada órgão seriam convocados. Com o novo número anunciado nesta terça, a expectativa é de que sejam chamados 1.250 novos policiais.

Reajuste de 5%

A declaração de Bolsonaro ocorre em um momento em que os profissionais de segurança pública estão insatisfeitos com o reajuste linear de 5% anunciado pelo governo para os servidores federais.

O Ministério da Economia quer que o percentual se aplique a todo o funcionalismo público. Os policiais fazem parte da base eleitoral do atual presidente da República.

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