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Bolsonaro desautoriza Teich sobre cloroquina: “Eu que vou resolver”

Presidente se embasou em decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM), que autorizou médicos a prescreverem o remédio contra a Covid-19

atualizado

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Rafaella Felicciano/Metrópoles
Presidente Jair Bolsonaro usa máscara no DF
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro usa máscara no DF - Foto: Rafaella Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou o ministro da Saúde, Nelson Teich, de ir contra a sua posição sobre o uso da hidroxicloroquina como tratamento ao novo coronavírus. Durante teleconferência com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, Bolsonaro sustentou que a decisão cabe unicamente a ele.

“Se o Conselho Federal de Medicina [CFM] disse que pode usar a cloroquina desde os primeiros sintomas, por que o ministro da Saúde vai dizer que é só em casos graves? A regra é essa”, defendeu. O ex-ministro da pasta Luiz Henrique Mandetta deixou o cargo em meio a polêmicas sobre o uso da medicação no tratamento. Recentemente, o maior estudo sobre o assunto, conduzido nos EUA, mostrou que não há eficácia do remédio contra a doença.

No dia 24 de abril, o presidente do CFM, Mauro Luiz Britto Ribeiro, esteve no Palácio do Planalto para levar a posição do conselho ao chefe do Executivo.

“Não é uma recomendação. O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da hidroxicloroquina, o que nós estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto a seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar o medicamento. Nós estamos autorizando, não é uma recomendação, isso é muito importante ficar bem claro”, enfatizou o presidente da entidade na saída do encontro.

“Votaram em mim para eu decidir, essa decisão passa por mim. Acredito no trabalho dele, mas essa questão eu vou resolver”, disse Bolsonaro, que não tem formação na área médica.

Na terça-feira (14/5), o ministro da Saúde defendeu que pacientes com receita médica para uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 assinassem termo de reconhecimento dos riscos associados ao medicamento, entre eles, aumento nos problemas cardíacos.

“Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘termo de consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina”, escreveu Teich.

Pesquisas sobre eficácia

A maioria dos estudos feitos até o momento com o medicamento não apresentou resultados apontando eficácia contra a doença a Covid-19.

Pesquisas iniciais mostravam uma diminuição no tempo de internação, mas essa informação não foi confirmada por estudos posteriores com um maior grupo focal.

Um dos maiores estudos feitos sobre a eficiência da cloroquina contra o coronavírus, realizado pela Universidade de Columbia, apontou a ineficácia do remédio contra a Covid-19. Os resultados foram publicados na revista científica New England Journal Medicine, em 7 de maio.

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