Bolsonaro nega demissão, mas diz: “Faltou humildade a Mandetta”

Presidente disse que o ministro da Saúde precisa "ouvir mais", mas afirmou que não o demitirá "no meio da guerra"

Raphael Veleda
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O presidente Jair Bolsonaro deixou claro que não está satisfeito com o trabalho do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na condução da crise do coronavírus e cobrou dele adesão à tese de que é preciso fazer a economia voltar a andar.

“O Mandetta já sabe que a gente tá se bicando há algum tempo”, disparou Bolsonaro. “Eu não vou demitir no meio da guerra, mas ele sabe que em algum momento ele extrapolou”, completou, para depois amenizar um pouco: “Não é ameaça. Se ele se sair bem, sem problema”.

As declarações foram dadas em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, do jornalista Augusto Nunes na rádio Jovem Pan, na noite desta quinta-feira (02/04).

Para Bolsonaro, Mandetta “em alguns momentos faltou humildade, ele deveria ouvir um pouco mais o presidente da República”, referindo-se à resistência do ministro em concordar com a volta dos brasileiros fora de grupos de risco ao trabalho.

“Aquela histeria que eu critico contagiou alguns lá”, disse ainda o presidente, se referindo à equipe do ministro da Saúde.

Ao longo do dia, Bolsonaro voltou a subir o tom contra governadores como João Doria (PSDB), de São Paulo, por causa das medidas de isolamento social impostas por eles para conter o contágio da população pelo coronavírus.

Para Bolsonaro, o impacto econômico da quarentena trará uma “segunda onda” que ele considera pior do que a crise de saúde pública provocada pela pandemia.

O presidente tem defendido que pessoas que não estão nos grupos de risco de morte pela Covid-19 voltem às suas atividades laborais.

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