Bolsonaristas da ala olavista atacam nomeados para Justiça e AGU

Perfis ligados ao escritor Olavo de Carvalho consideram André Mendonça e José Levi muito ligados ao "establishment político"

Raphael Veleda
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A demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro foi digerida relativamente rápido pela ala mais ideológica da militância bolsonarista, a ligada ao escritor Olavo de Carvalho. Seu sucessor, o ex-advogado-geral da União André Mendonça, e o novo AGU, José Levi, por outro lado, não estão sendo bem aceitos pela crista mais xiita do bolsonarismo justamente por não serem considerados radicais o suficiente.

Em um momento em que a negociação de cargos no Executivo com partidos do centrão deixa mais na defensiva essa ala, as escolhas do presidente para o lugar de Sergio Moro e para a AGU estão preocupando alguns influenciadores bolsonaristas.

É o caso dos perfis do consultor de investimentos Leandro Ruschel e do jornalista Allan dos Santos. Veja:

Os olavistas criticam Mendonça por um comportamento considerado pragmático demais, aberto ao diálogo com forças políticas consideradas inimigas. O elogio público do ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal Federal (STF), ao novo ministro e ao novo AGU ajudaram a consolidar essa visão.

O principal “pecado” de Mendonça, para esse grupo, é não ter usado a AGU para combater o inquérito do STF que investiga a propagação de fake news e de ameaças a autoridades. O procedimento corre em sigilo, mas fontes com acesso à investigação têm vazado que o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é um dos alvos dos investigadores.

Já Levi está sendo criticado por supostamente ter sido apadrinhado por Gilmar Mendes, um dos “espantalhos” da ala olavista.

Críticos do bolsonarismo, como o deputado estadual paulista Arthur do Val, estão aproveitando para provocar os militantes governistas. Veja:

Guerra cultural
Para a ala olavista, exemplos de bons ministros do governo Bolsonaro são o da Educação, Abraham Weintraub, e o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que encampam uma atitude de permanente guerra cultural.

Araújo, por exemplo, em meio aos esforços de sua pasta para repatriar mais de quatro mil brasileiros que ainda se encontram retidos no estrangeiro por causa da pandemia de coronavírus, está divulgando um texto contra o “comunavírus”.

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