Em parecer enviado na tarde desta quinta-feira (1º/7) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, recomenda que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), escolha como prestará depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga declarações do ex-ministro Sergio Moro sobre suposta interferência do chefe do Executivo na PF.
Segundo a análise de Aras, Bolsonaro poderá escolher se será presencialmente ou por escrito – e até optar por exercer seu “direito constitucional de permanecer em silêncio”. Caso ele vá pessoalmente, defende o procurador-geral, terá a prerrogativa de escolher data e local para o depoimento.
O parecer foi pedido pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito. Agora caberá ao magistrado decidir se o chefe do Executivo prestará depoimento, e como. O Supremo entrou em recesso nesta quinta, portanto o decano só deverá decidir na volta dos trabalhos do tribunal, em agosto.
A PF investiga as acusações feitas por Moro quando anunciou a demissão do cargo, no último 24 de abril. Em coletiva de imprensa, o ex-ministro afirmou que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF ao demitir o diretor-geral à época e trocar o comando da superintendência do Rio de Janeiro.
Prorrogação do inquérito
Na quarta (1º/7), o ministro Celso de Mello prorrogou por mais 30 dias o inquérito. Essa foi a segunda vez que o magistrado ampliou o prazo das investigações – a última ocorrera no último 8 de junho e deu mais um mês para o prosseguimento das investigações por parte da própria Polícia Federal.