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Após ser alvo de operação, Witzel diz querer retomar diálogo com Bolsonaro

Desde a Operação Placebo, o governador do Rio de Janeiro atravessa uma crise política. Seis secretários já deixaram o seu governo

atualizado

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Divulgação
Wilson Witzel _israel
1 de 1 Wilson Witzel _israel - Foto: Divulgação

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse nesta terça-feira (09/06) que espera retomar o diálogo com o governo federal e assim deixar de lado as diferenças com o presidente Jair Bolsonaro. “Espero que, como eu já tenho dito, o presidente possa retomar o diálogo comigo. Isso é bom para o estado do Rio de Janeiro. Isso é bom para o Brasil”, afirmou Witzel em uma entrevista para a rádio Band News FM.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há um esquema de corrupção envolvendo a OS Iabas, entidade privada contratada para a instalação de hospitais de campanha do Rio, e agentes públicos durante a crise do cornavírus. O governador, a esposa Helena Witzel e outros membros do alto escalão do governo do estado foram alvos da Operação Placebo, em maio passado.

Há duas semanas atrás, Witzel chamou Bolsonaro de fascista e afirmou ver uma ameaça de ditadura no país. Na sexta (05/06), ele fez uma referência negativa ao presidente em uma entrevista, respondendo à insinuação feita por Bolsonaro de que “brevemente” poderá ser preso.

“Eu tenho minhas diferenças com o presidente e continuo tendo. Todas as vezes que fiz as críticas ao presidente Bolsonaro foram no sentido a melhorar o nosso desenvolvimento econômico e as propostas feitas na campanha com as quais conto que sejam realizadas. Especialmente o combate ao tráfico de armas e drogas”, disse o governador.

Witzel  também levantou  suspeitas, durante entrevista à TV Globo, sobre a operação ter começado no gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras, com consentimento de Bolsonaro.

“Se essa investigação partiu de conluios do procurador-geral da República vai induzir erros, porque nada vai ser encontrado. Responsabilidades terão que ser assumidas pelo procurador-geral da República, pelo presidente. Nós não vamos parar enquanto não suspendermos isso”, disse Witzel.

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Crise

Desde a Operação Placebo, o governador do Rio de Janeiro atravessa uma crise política. Seis secretários já deixaram o governo em mudanças que visavam tentar retomar o diálogo com a Assembleia Legislativa, onde há dez pedidos de impeachment.

O ex-secretário Lucas Tristão, também alvo da Placebo, é um dos principais pivôs da crise. Ex-braço-direito de Witzel, o advogado tinha péssima relação com os deputados estaduais e chegou a ganhar força na administração após a operação.

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