Após o presidente exonerar o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão nesta sexta-feira (24/04).
O ministro mais popular de Bolsonaro deixou o governo após a exoneração de Valeixo, braço direito de Moro e indicado pelo próprio ex-juiz para ocupar o cargo de diretor-geral da PF.
Com o prédio do Ministério da Justiça e Segurança Pública cercado pela Força Nacional, Moro anunciou o pedido de demissão. Ele destacou a importância da autonomia da PF durante a operação Lava Jato. “Sempre me preocupei com interferência do Executivo”, disse Moro em pronunciamento.
Moro contou detalhes das negociações para chegar ao governo. “Tem uma única condição: pedi saindo da magistratura que se algo me acontecesse que minha família não ficasse desamparada sem uma pensão”, revelou.
Ele emendou. “No fim de 2018 eu recebei o convite do então presidente eleito. O que foi conversado em novembro é que teríamos um compromisso com o combate à corrupção e crime organizado. Me foi dada carta branca para as nomeações”, destacou.
Moro ficou sabendo da demissão de Valeixo em reunião com presidente nessa quinta-feira (23/04), o que abalou a relação entre o ministro e Bolsonaro.
O convívio entre Moro e Bolsonaro está estremecido há algum tempo com a ingerência do presidente na Polícia Federal. No ano passado, o chefe do Executivo ameaçou mexer na direção da PF e chegou a dizer que era ele quem mandava na corporação.
Exoneração
O Diário Oficial desta sexta-feira não trouxe o substituto de Valeixo para o cargo. Para comandar a Polícia Federal, Bolsonaro quer uma pessoa mais próxima a ele.
Fontes com trânsito no governo confirmaram ao Metrópoles que um dos mais cotados para essa posição é o delegado Alexandre Ramagem, que é da PF, mas atualmente ocupa a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon, também foi sondado para o cargo, nessa quinta-feira (23/04).