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Análise: cuidado, a próxima vítima de intolerância pode ser você!

O mesmo ódio que fomenta agressões a gays, negros e imigrantes cria ambiente para ataques a adversários políticos e a seguidores de religião

atualizado

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Michelle Bolsonaro Karol Eller
1 de 1 Michelle Bolsonaro Karol Eller - Foto: reprodução

As agressões sofridas pela youtuber Karol Eller servem de alerta para os brasileiros. A propagação do discurso do ódio extrapola as preferências políticas e, se não for contida, colocará em risco toda a sociedade – não apenas as minorias.

Gay assumida, Karol Eller se destacou na internet por defender o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Também chamou atenção na rede por criticar o “vitimismo” da comunidade LGBT.

Pois quis o destino que a própria youtuber sentisse no corpo a violência decorrente da intolerância. Karol Eller tornou-se uma vítima porque o preconceito desconhece fronteiras ideológicas.

Na verdade, o ódio social ignora limites. A mesma intransigência que rasga o rosto de uma gay pode machucar ou matar um negro, um maconheiro, uma imigrante ou um adversário político.

O vizinho preconceituoso contra quem gosta de funk, por exemplo, é um potencial agressor de um fã de Ludmilla que mora na casa ao lado – seja branco, negro ou indígena. O problema seria a música.

Mas a intolerância também pode fazer vítimas religiosas, por exemplo. Sejam de denominação judaica, muçulmana, cristã ou de matriz africana. O ódio, quando arraigado, não tem crença.

A intolerância pode ser contra os pobres mas também contra os ricos, contra um comunista mas também contra um direitista. Sem respeito social, ninguém se entende e todos se agridem. Não se constrói um país assim.

Mais evidente em tempos de redes sociais, o fenômeno da intransigência atravessa os séculos, destrói culturas e provoca guerras. Nascido no final do século 19, o dramaturgo alemão Bertolt Brecht tratou do tema no impactante poema É Preciso Agir:

“Primeiro levaram os negros/Mas não me importei com isso/Eu não era negro/Em seguida levaram alguns operários/Mas não me importei com isso/Eu também não era operário (…)

Agora estão me levando/Mas já é tarde/Como eu não me importei com ninguém/Ninguém se importa comigo.”

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