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Ana Amélia diz que não se contamina por corrupção de partidos

Vice de Alckmin foi sabatinada nesta noite por jornalistas da GloboNews e teve de responder por defesa de agronegócio e porte de armas

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
ana amélia
1 de 1 ana amélia - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A senadora Ana Amélia (PP), companheira de chapa do tucano Geraldo Alckmin da disputa pela Presidência da República, foi, nesta terça-feira (4/9), a segunda entrevistada na série de sabatinas que o programa Central das Eleições, da GloboNews, faz nesta semana com os candidatos a vice.

A exemplo da também senadora Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes (PDT) e entrevistada dessa segunda-feira (3), a candidata foi bastante pressionada por conta de dois temas: corrupção e PEC dos agrotóxicos. Se no primeiro assunto foi contundente – “Minha régua moral não muda” –, no segundo preferiu colocar que “o princípio da precaução deve ser baseado em ciência”.

O tom belicoso entre entrevistadores e entrevistada, que deu o tom à sabatina com Kátia Abreu, cedeu espaço a uma conversa mais amena com a parlamentar gaúcha. Ana Amélia chegou a agradecer a uma das jornalistas por ter feito uma pergunta que “levantou a bola” para ela.

Mesmo assim, foi muito cobrada por ter ingressado no PP, partido às voltas com a Justiça por conta de envolvimento tanto com o Mensalão quanto com o Petrolão, tendo vários integrantes investigados pela Lava Jato.

“Minha régua moral não muda”, repetiu por várias vezes. “O PP no Rio Grande do Sul é diferente”, resumiu. Questionada se não tem constrangimento pelo fato de tantos colegas de legenda estarem envolvidos com corrupção, ela ressaltou: “Mas se eu não estou na Lava Jato e tenho ficha limpa, por que isso iria me contaminar? Não posso responder pelos erros dos outros. Seria o mesmo que um pai ser condenado pelo erro de um filho. Quem errou que pague”.

Para Ana Amélia, “todos os partidos estão contaminados”. A frase foi dita quando a parlamentar foi confrontada com o fato de o PSDB estar também à frente de irregularidades no governo de São Paulo, na gestão de Geraldo Alckmin, como nos casos do Rodoanel e no chamado “escândalo da merenda”. Para ela, Alckmin “não é Dilma, não é Temer e não é Lula. A convivência me mostrou ser uma pessoa que vai fazer as escolhas certas para a população brasileira, com uma maneira de fazer política séria e correta”.

Culpa do PSol
As críticas a partidos adversários atingiram até o PSol, sobre quem a senadora jogou a responsabilidade por conta do incêndio no Museu Nacional. “O incêndio tem a ver com esse partido e ele deve esclarecimentos à sociedade”, acusou. O PSol detém cargos na direção do Museu.

Na questão da chamada Lei dos Agrotóxicos, cujo item mais polêmico propõe retirar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) as atribuições de análise toxicológica e ambiental desses produtos, em favor do Ministério da Agricultura, Ana Amélia, que diz ter bastante vínculo com o setor agropecuário, destacou pretender “olhar a ciência, e não a ideologia”.

Ao ser indagada se a liberação dos agrotóxicos não põe em risco vidas humanas, a vice de Alckmin observou: “O princípio da precaução deve se baseado na ciência. Nós importamos alimentos de outros países que usam agroquímicos proibidos no Brasil, mas quando propus uma barreira sanitária contra esses alimentos, formos impedidos”.

Ana Amélia ainda foi instigada a comentar se não vê contradição entre o fato de uma das peças do programa do candidato Alckmin destacar que “não se resolve problemas na bala”, mas a parlamentar defender o porte de armas.

“Não se pode tratar questões diferentes de forma igual”, colocou. “Um trabalhador mora nos confins do Brasil, à própria sorte, sem policiamento, sem patrulha rural, só ele, sua família e Deus. Como ele vai se proteger do crime organizado, que já começa a chegar na área rural? É necessária essa defesa”, finalizou.

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