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Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara dos Deputados

Peemedebista anunciou decisão no início da tarde desta quinta-feira (7/7). Apesar da saída, ele reafirmou que é inocente

atualizado

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Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
eduardo cunha
1 de 1 eduardo cunha - Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

O presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo nesta quinta-feira (7/7). Ao justificar a sua saída disse que resolveu atender aos pedidos dos colegas em função da falta de prazo para ser definida a sua situação na Casa. O parlamentar é suspeito de manter contas não declaradas na Suíça e de ter mentido sobre a existência delas na CPI da Petrobras. Por causa da acusação, ele é alvo de um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar.

Chorando, Cunha abandonou a posição forte de se manter no cargo, adotada até então, para dizer que sofre e sofreu muitas perseguições. “Estou pagando um alto preço em relação ao impeachment (numa referência à presidente afastada Dilma Rousseff). Quero agradecer a todos que me apoiaram e me apoiam nessa perseguição e vingança de que sou vítima”.

Cunha afirmou, sem citar o nome do presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP), que “é público e notório que a Casa está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra. Somente a minha renúncia poderá pôr fim a essa instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente”, declarou.

Ao ler a sua carta de renúncia, o peemedebista reafirmou que é inocente: “Continuarei a defender a minha inocência, de que falei a verdade”.

Veja a carta lida por Cunha:

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A decisão de deixar o cargo em definitivo teria ocorrido na noite de quarta (6). Com a renúncia à Presidência da Câmara, Cunha acredita que pode tentar reverter votos na CCJ para fazer o caso voltar ao Conselho de Ética e, quem sabe, salvar seu mandato.

Acusações
O processo de cassação por decoro parlamentar contra Cunha foi aprovado no Conselho de Ética, mas um recurso aberto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda não deu um desfecho ao caso. Dos 16 pontos de possível nulidade do processo de cassação no Conselho de Ética, Ronaldo Fonseca (PROS-DF) reconheceu apenas um: a votação do pedido de perda de mandato com chamada nominal. O relator sugeriu que seja realizada nova votação.

Cunha é alvo de investigação por suspeita de receber propina da OAS e foi incluído no inquérito-mãe da Lava Jato, que investiga o ‘quadrilhão’. Ele também responde por duas ações penais: uma derivada de denúncia da PGR que o acusa de receber propina em contas na Suíça e outra de receber propina por contrato de navios-sonda.

No STF há quatro inquéritos abertos sob análise. Ele foi denunciado por recebimento de propina de consórcio que atuava em um porto do Rio de Janeiro; é investigado por ser suspeito de ter participado de esquemas de corrupção envolvendo André Esteves e Furnas; e de ter pressionado o grupo Schahin em busca de benefícios.

Rogério Rosso
Segundo fontes ligadas a Cunha, ele quer um acordo dos líderes para antecipar a eleição da Câmara no início da próxima semana. O nome mais cotado para assumir um eventual mandato-tampão é o do deputado Rogério Rosso (PSD-DF). Porém, ele terá de enfrentar outros candidatos que já manifestaram interesse em disputar a vaga.

Rosso tem experiência em mandato-tampão. Em 2010, ele foi eleito, pela Câmara Legislativa, governador do Distrito Federal, assumindo o comando do Palácio do Buriti em pleno escândalo da Caixa de Pandora.

“A renúncia acontece hoje para que haja tempo hábil para a eleição de um novo presidente nos primeiros dias da próxima semana. Esperamos já na segunda-feira (13)”, disse Carlos Marun (PMDB-MS), logo após a entrevista coletiva de Cunha na qual o peemedebista abdicou do cargo.

Marun disse estar convencido de que a renúncia foi o gesto mais adequado de Cunha para superar o impasse por que passa. O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu há dois meses o deputado de suas funções parlamentares.

Para o aliado de Cunha, a saída dele do comando da Casa foi um gesto de “coragem” e “grandeza”. Marun defendeu que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara reconheça esse gesto – o colegiado ainda não apreciou um recurso que poderá livrar Cunha da cassação do mandato, determinada pelo Conselho de Ética da Casa.

O deputado do PMDB do Mato Grosso do Sul afirmou que a bancada do partido vai se reunir em breve para discutir se irá lançar um nome para disputar a presidência da Câmara. (Com informações de O Globo, Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo)

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