O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou, durante longo depoimento à Polícia Federal nesse sábado (02/05), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou demiti-lo em uma reunião do conselho do governo, caso Moro não concordasse com uma eventual troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro.
Aa informações são do jornal O Globo.
Segundo Moro, essa reunião ocorreu no Palácio do Planalto, como de costume, em 22 de abril e foi gravada pela equipe da Presidência da República.
O encontro com ministros ocorreu na mesma semana na qual o ex-ministro anunciou que deixaria o governo.
Durante o depoimento, Moro ainda disse que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, discordou de Bolsonaro ao dizer que a PF não poderia fornecer relatórios de investigações em andamento.
A oitiva do ex-ministro à PF durou mais de oito horas. Durante todo o depoimento, Moro reiterou as acusações feitas contra o mandatário do país e apresentou novas provas contra Bolsonaro – essencialmente, outras mensagens de WhatsApp trocadas com o presidente, incluindo áudios.
Moro esteve acompanhado de seu advogado, Rodrigo Sánchez Rios. Sánchez já atuou na defesa do ex-deputado Eduardo Cunha e do empresário Marcelo Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato – da qual o ex-juiz era encarregado de julgar os processos quando titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.