Waldir acusa Vitor Hugo e Caiado de tentarem tirá-lo de diretório

Líder do PSL na Câmara afirmou que o governador de Goiás e líder do governo procuraram o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar

Bruna Aidar
Compartilhar notícia

Líder do PSL, o deputado federal Delegado Waldir (GO) acusou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), de articularem para retirá-lo do comando do diretório estadual do PSL goiano. A declaração foi feita em entrevista à rádio Sagres 730, nesta sexta-feira (18/10/2019). Segundo ele, os dois procuraram o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, que o manteve no cargo “considerando sua lealdade”.

Nesta semana, com a escalada da crise interna do PSL, Bivar teria destituído dos diretórios do Rio de Janeiro e de São Paulo os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL), senador Flávio Bolsonaro (RJ) e deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), em uma suposta retaliação pela tentativa frustrada do chefe do Executivo de tirar Waldir da liderança da bancada. A assessoria de Eduardo confirma essa informação, mas Waldir nega.

Na última quarta-feira (16/10/2019), aliados do presidente reuniram assinaturas para destituir Waldir da liderança e colocar Eduardo Bolsonaro no lugar, mas Waldir conseguiu mais apoio e a Secretaria da Mesa Diretora da Câmara confirmou a permanência no cargo.

Segundo o líder, a “mudança de postura”, acirrando as críticas ao presidente, vieram na esteira dessa articulação envolvendo o comando do partido em Goiás. Para ele, a tentativa de interferência tinha como foco a preparação das eleições municipais do ano que vem.

“O presidente, aproximando das eleições municipais e querendo o controle de todos os diretórios, inclusive o de Goiás, para colocar pessoas ideológicas ligadas a ele, tentou atropelar o Bivar, porque aí teria o controle do cofre”, afirmou Waldir. Teria sido por isso que houve, então, “essa grande tempestade”.

Em entrevista ao Metrópoles, Vitor Hugo negou interferência quanto ao diretório, dizendo que o líder do partido teria que “provar” a acusação. Caiado não foi encontrado para comentar.

Embora negue que tenha articulado com Caiado para tirar Waldir do comando do PSL, Vitor Hugo criticou o colega de bancada: “Se ele se sentiu ameaçado no diretório, é porque sabia que estava sendo incoerente. Eu acho que isso foi incubado, pelo fato de ser muito incoerente o líder do partido e presidente do diretório estar desalinhado com o presidente da República. Acho que pode ser uma culpa psicológica”.

“Sentimento de traição”
Waldir também disse se sentir “traído” pelo governo Bolsonaro e criticou a destituição da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do Governo no Congresso Federal: “Entregamos para ele agora, neste primeiro ano enquanto eu sou líder, 98% de fidelidade ao governo, aprovamos reforma da Previdência, Liberdade Econômica, vários projetos de interesse do governo sobre o meu comando e da Joice e aí recebemos de contrapartida a ingratidão”.

“Então, achei muita ingratidão, deslealdade e realmente fui muito firme, em reunião com parlamentares na minha sala, usei as expressões, não me arrependo e o sentimento que eu tenho é de traição”, afirmou, lembrando o áudio vazado em um encontro na bancada em que diz que vai “implodir” o presidente.

Sair da versão mobile