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UnB repudia acusações de Weintraub sobre maconha em universidades

“As manifestações do ministro demonstram profundo desconhecimento e desrespeito acerca do papel constitucional da instituição”, diz nota

atualizado

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André Borges/ Especial para o Metrópoles
Abraham Weintraub franze os olhos
1 de 1 Abraham Weintraub franze os olhos - Foto: André Borges/ Especial para o Metrópoles

Em uma entrevista que deu o que falar, o ministro Abraham Weintraub, da Educação, acusou as universidades federais de cultivarem “extensivas plantações de maconha”. Sem citar nomes ou oferecer provas, o titular da pasta criticou a autonomia das instituições públicas. Em resposta, a Universidade de Brasília (UnB) publicou uma nota de repúdio.

“A Administração repudia veementemente a associação equivocada da imagem da Universidade à práticas ilícitas. O fato é ainda mais grave quando ocorre de maneira recorrente e por parte de um gestor público cujo papel é o de promover a educação, em seus diversos níveis”, diz trecho da manifestação.

Após as declarações de Weintraub, surgiram rumores de que a acusação seria uma indireta à UnB. Isso porque, em 2017, houve uma operação da polícia em uma área próxima à instituição — onde houve a apreensão de vasos de maconha. Na ocasião, um grupo de pessoas foi acusado de manter as plantas, sendo dois estudantes da federal de Brasília.

Na nota, a UnB esclarece que ocorreu a determinação da abertura de uma sindicância interna para a apuração de responsabilidades. “No processo, foi confirmado, por meio de um parecer técnico, que o local da apreensão não pertence à Universidade”, diz o comunicado. Ainda segundo a instituição, os alunos acusados foram absolvidos da culpa.

Entenda

No começo da semana, o responsável direto pelo ensino no país usou uma entrevista a um site chamado JornaldaCidade Online para afirmar que a autonomia das universidades federais resultou na existência de “plantações extensivas de maconha” e de laboratórios de química transformados em centros de produção de drogas sintéticas.

Ele ainda deu uma receita para diminuir os problemas que alega estar encontrando na pasta: diminuir a autonomia das universidades e liberar a entrada de policiais nos campi universitários país afora.

 “Como você se livra dessa doutrinação? Eu acho que diminuindo o poder absoluto hegemônico que hoje tem nessas madrassas de doutrinação que são as universidade federais”, afirmou o ministro.

Leia a íntegra da nota:

A Administração da Universidade de Brasília (UnB) tomou conhecimento de um post divulgado no Twitter pelo ministro da Educação com referência a uma operação policial ocorrida em área supostamente da UnB. A esse respeito, esclarecemos que:

1. A referida operação foi realizada em abril de 2017, em uma área não localizada na UnB. Trata-se de área de Cerrado próxima ao campus Darcy Ribeiro. Foram apreendidos vasos com maconha no local. Segundo as primeiras impressões da polícia, as plantas eram mantidas por um grupo, sendo dois estudantes da Universidade e uma terceira pessoa não pertencente à comunidade acadêmica. Na ocasião, as forças de segurança da Universidade deram todo o apoio à polícia.

2. Imediatamente, a Administração determinou a abertura de uma sindicância interna, para a apuração de responsabilidades. No processo, foi confirmado, por meio de um parecer técnico, que o local da apreensão não pertence à UnB.

3. Após a apuração, não houve, na Justiça, confirmação de autoria de crime pelos dois estudantes. Dessa forma, eles não foram condenados. A comissão de sindicância interna recomendou o arquivamento do processo.

A Administração repudia veementemente a associação equivocada da imagem da Universidade a práticas ilícitas. O fato é ainda mais grave quando ocorre de maneira recorrente e por parte de um gestor público cujo papel é o de promover a educação, em seus diversos níveis.

A UnB é uma das principais instituições de ensino superior da América Latina e a oitava melhor do Brasil, segundo o ranking Times Higher Education (THE), com crescente excelência acadêmica, nas mais diversas áreas. As manifestações do ministro demonstram profundo desconhecimento e desrespeito acerca do papel constitucional de nossa instituição. Assim como outras universidades públicas federais, a Universidade de Brasília é patrimônio de todo o povo brasileiro.

É importante esclarecer que a UnB atua dentro da legalidade e vem aprimorando suas estratégias e ações de segurança, com medidas como a colocação de câmeras e de cadeiras elevadas nos estacionamentos. Mesmo com seu maior campus (Darcy Ribeiro) totalmente aberto e integrado à cidade, as medidas já promoveram a redução de 86% nas ocorrências no local, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF. Além disso, a questão das drogas afeta toda a sociedade e é, portanto, um desafio para o poder público de maneira geral.

A Universidade reitera o compromisso com sua missão institucional, educadora, para a melhoria das condições de vida da população e o desenvolvimento socioeconômico no DF e do país.

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