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Temer tenta ponte com o PSDB na busca por viabilizar candidatura

Aliados do presidente reconhecem que a escolha da chapa tem como prazo de validade a primeira semana de julho

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Com aval do presidente Michel Temer (MBD), representantes do Palácio do Planalto voltaram a admitir a possibilidade de uma chapa unificada do centro para a disputa presidencial. A articulação passaria por um acordo similar em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. A decisão deixou o empresário Paulo Skaf, pré-candidato emedebista no estado, em alerta. Ele decidiu antecipar o lançamento oficial de sua pré-candidatura para o dia 5 de maio.

Aliados de Temer reconhecem que a candidatura à reeleição do presidente tem como prazo de validade a primeira semana de julho, tendo em vista o atual desempenho dele nas intenções de voto (2% no melhor cenário da mais recente pesquisa Datafolha) e o risco de ele ser denunciado pela terceira vez pela Procuradoria-Geral da República.

Se os índices de intenção de voto permanecerem no mesmo patamar até lá, tanto o MDB quanto o governo federal tendem a declarar apoio a outro candidato do mesmo campo político. O governo, porém, pressiona Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, como defensor do “legado” do presidente na campanha.

O assunto foi tratado nos bastidores do 17° Fórum Empresarial do Lide, evento que reuniu empresários e políticos de centro-direita na semana passada, em Recife. “Alckmin vai ter de assumir claramente suas posições. Dependendo de quais forem elas, ele pode ser uma alternativa para o governo. Mas ninguém ganha eleição em cima do muro”, disse o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, em conversa com jornalistas no fórum.

Ainda segundo Marun, o governo pode conversar também com outros pré-candidatos à Presidência que aceitem defender na campanha a atual administração federal. O ministro excluiu desse cenário, porém, o ex-presidente do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa, possível candidato pelo PSB.

“Afunilamento”
Alckmin defendeu nessa segunda-feira (23/4) um “afunilamento” das candidaturas de centro diante do excesso de partidos que já anunciaram nomes para a sucessão presidencial. O tucano disse ser possível uma aproximação do PSDB com outras legendas, mas não citou siglas dos possíveis aliados. “É natural que se reduza o número de candidaturas e se busque entendimento em torno de um projeto para o Brasil”, afirmou Alckmin.

A possibilidade de uma aliança entre MDB e PSDB foi discutida no fim de semana, em São Paulo, entre Temer e o ex-prefeito da capital João Doria, pré-candidato tucano ao governo. O presidente também se reuniu separadamente com Skaf, pré-candidato ao governo paulista, e com o governador Márcio França (PSB), candidato a reeleição. Parte interessada em um acordo, Doria tenta criar pontes entre o Planalto e Alckmin nesse processo.

“Temos esperança de uma aliança com o MDB em São Paulo. Se isso acontecer, ganhamos a eleição no primeiro turno”, afirmou o presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, Doria é líder com 29% das intenções de voto.

Incomodado com a movimentação favorável a Doria, o presidente da Fiesp decidiu antecipar o lançamento oficial de sua pré-candidatura ao governo do estado para 5 de maio, em Jaguariúna, interior paulista. Interlocutores de Alckmin dizem que o tucano estaria disposto a abrir um canal de diálogo direto com Temer, mas reconhecem haver, hoje, uma divisão no MDB.

Parte da legenda aposta ainda na candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, enquanto os líderes regionais preferem uma alternativa mais consistente para evitar uma redução da bancada na Câmara.

DEM
Parlamentares e líderes regionais do DEM admitem, reservadamente, que a pré-candidatura presidencial do deputado Rodrigo Maia (RJ) será mantida até a última semana de junho ou a primeira de julho. Após esse prazo, ele só continuará na disputa se tiver um “salto extraordinário” nas pesquisas de intenção de voto, possibilidade improvável.

Na mais recente pesquisa Datafolha, Maia aparece com 1% das intenções de voto. O bom desempenho do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa ( que chegou a 10% no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), causa apreensão no DEM. Deputados e dirigentes temem o isolamento do partido na disputa presidencial com a aposta em Maia. Se o deputado concorrer, o palanque eletrônico do DEM estaria amarrado a ele nas regionais. Os recursos do Fundo Partidário também seriam drenados pelo caixa da campanha presidencial.

A estratégia do DEM é deixar Maia nos holofotes até o período das convenções partidárias. Com isso, a legenda manteria alto o cacife para negociar os palanques regionais e indicar um candidato a vice na chapa mais competitiva do centro que, por ora, é a do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). No partido, o nome mais citado como potencial vice do paulista é o do ex-ministro da Educação Mendonça Filho (PE). Procurado pela reportagem, Maia afirmou desconhecer qualquer movimento interno para tirá-lo da disputa.

“Não estou sabendo disso. Aliás, não estou vendo ninguém interessado em apoiar o PSDB”, disse o presidente da Câmara. A cúpula tucana vai esperar até maio para negociar com o DEM.

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