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Temer, Doria e Meirelles vão a Davos vender um “novo” Brasil

Evento da elite mundial econômica na Suíça questiona conquistas atuais e planos de lideranças regionais para o futuro do país

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Presidente Michel Temer durante pronunciamento a país – Brasília(DF), 18/05/2017
1 de 1 Presidente Michel Temer durante pronunciamento a país – Brasília(DF), 18/05/2017 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Com uma das maiores delegações dos últimos anos, o Brasil chega na semana que vem à cidade de Davos, na Suíça, na esperança de atrair investidores com o argumento de que existe uma retomada da economia.

Na programação, o Fórum Econômico Mundial colocou na agenda o debate: “Moldando a nova narrativa do Brasil.” No dia 24 de janeiro, mesma data do julgamento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em Porto Alegre (RS), o presidente Michel Temer apresenta sua agenda para 2018 em defesa da necessidade de reformas.

O debate contará ainda com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), com Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú Unibanco, e Paul Bulcke, CEO da Nestlé.

“Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018”, indica Davos, em seu programa. “Quais são os principais conquistas atuais e qual visão têm líderes regionais e globais para o Brasil no futuro?”, questiona a entidade. Davos destaca que, em março, o evento regional do Fórum será sediado em São Paulo, com o título: “A América Latina em um momento de virada.”

Temer ainda terá a ocasião de falar para os empresários internacionais na manhã do dia 24, inclusive respondendo a perguntas. Cuidadosamente agendada, o debate ocorre pela manhã, antes do julgamento de Lula, no Brasil. Essa será a primeira vez em quatro anos que um chefe de Estado brasileiro falará em Davos para a elite econômica mundial.

No dia 24 de janeiro, Doria debaterá “as mudanças políticas” na América Latina, além de “reformas estruturais e como isso vem “remodelando o cenário regional”. O debate contará ainda com a presença do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, com o ministro de Comércio do Equador, Pablo Campana, e com uma representante da entidade Transparência Internacional, Delia Rubio. A agenda inclui as consequências das investigações anticorrupção, o impacto das seis eleições programadas para América Latina em 2018 e a integração regional.

No mesmo dia, Doria ainda fará parte de um segundo debate, sobre o impacto da internet. Ele fala ao lado do ministro de Comunicação saudita, Abdullah Alswaha, e da CEO da BSA, Victoria Espinel.

Pedro Parente, CEO da Petrobras, também marca a volta da empresa a Davos. A estatal, antes do escândalo da Lava Jato, chegou a financiar uma iniciativa do Fórum contra a corrupção. Parente falará sobre transição energética, mudanças climáticas e inovação.

A comitiva brasileira, uma das maiores em anos, ainda contará com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele falará sobre “os novos paradigmas de crescimento” nos países emergentes e sobre as reformas estruturais. O evento também conta com o ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, que pediu demissão em 3 de janeiro, Fernando Coelho (Minas e Energia) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Trump
Neste ano, o grande astro de Davos será o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agendado para falar no dia 25 de janeiro a empresários de todo o mundo. Ele desembarca com sete ministros e uma delegação de dezenas de pessoas. Sua presença, porém, vem causando polêmica e entidades suíças e mesmo políticos se organizam para pedir que o país não receba o presidente americano.

Os organizadores do evento da elite econômica mundial insistem que tem, como regra, convidar todos os chefes de governo dos países do G-20, independente de quem esteja no poder. Neste ano, além de Trump, Davos deve contar com Emmanuel Macron, da França, e Narendra Modi, da Índia. Para entidades suíças, no entanto, é a presença do americano que gera indignação. Ele será o primeiro chefe da Casa Branca desde 2000 a visitar Davos.

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