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Temer decide: Cristiane Brasil será a nova ministra do Trabalho

A indicação foi feita pelo pai dela, o ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente do PTB, sigla que está à frente da pasta

atualizado

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Divulgação/Redes Sociais
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1 de 1 crisss - Foto: Divulgação/Redes Sociais

O presidente Michel Temer (PMDB) aceitou, na tarde desta quarta-feira (3/1), a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o cargo de ministra do Trabalho.

O nome dela chegou a Temer por meio do pai de Cristiane, o ex-deputado Roberto Jefferson, atual presidente do PTB. A sigla estava à frente da pasta interinamente desde a saída de Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o ministério no dia 27 de dezembro. Na ocasião, ele justificou que iria retomar sua função como deputado para se candidatar à reeleição.

Durante entrevista a jornalistas em que anunciou o nome da filha para o cargo, Roberto Jefferson, que foi protagonista e o primeiro delator do mensalão há pouco mais de dez anos, se disse emocionado. “É um resgate da imagem, da família. Depois do que aconteceu, mas já passou. Fico satisfeito”, afirmou, com a voz embargada.

Segundo ele, após a consulta e a aceitação, Cristiane Brasil concordou em não disputar as eleições deste ano. “Ela ficará ministra até o final [do governo de Temer]”, afirmou. Roberto Jefferson disse ainda que o líder do partido na Câmara, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), também concordou com a nomeação e disse que ela tem a “confiança” da bancada.

Delações
Cristiane Brasil foi citada em duas delações premiadas a da Odebrecht e a da JBS. Executivos das empresas atribuíram a ela participação na negociação da suposta venda do apoio político do partido e o recebimento de dinheiro via caixa-dois nas eleições de 2014.

O ex-diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud disse aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que a empresa comprou o apoio petebista à campanha presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A nova ministra foi uma das principais articuladoras da adesão do partido, então na base aliada da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), às fileiras tucanas.

Saud afirma que R$ 17 milhões foram doados oficialmente a diretórios estaduais do PTB, e outros R$ 3 milhões entregues em dinheiro vivo a representantes do partido.

Outro delator a citar a nova ministra do Trabalho foi Leandro Andrade, executivo da Odebrecht. Ele afirmou ao MPF que Cristiane Brasil foi pessoalmente a um escritório no Rio de Janeiro para retirar R$ 200 mil em espécie.

Andrade narrou que a quantia foi retirada de um saldo supostamente acertado por outro executivo-delator da Odebrecht, Benedicto Junior, o ‘BJ’, no primeiro semestre de 2012, com Eduardo Paes (PMDB), como contribuição eleitoral para a campanha do peemedebista à reeleição para a prefeitura do Rio. A parlamentar nega enfaticamente ter recebido valores ilícitos.

No lugar dela, assumirá o cargo como suplente o deputado Nelson Nahim (PSB-RJ).

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