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“Tanto faz”, diz Temer sobre presença de Dilma na abertura da Rio-2016

Declaração do presidente interino foi feita após visita às instalações do Parque Olímpico do Rio de Janeiro. Para Temer, mesmo que a votação do impeachment coincida com os jogos, “o povo não estará preocupado com isso”

atualizado

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Tânia Rêgo/Agência Brasil
michel temer
1 de 1 michel temer - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em entrevista depois de visitar as instalações do Parque Olímpico, na zona Oeste do Rio, e se reunir com ministros e autoridades do Estado e do município, o presidente interino Michel Temer afirmou nesta terça-feira não ter preocupação, “nem minimamente”, com a possibilidade de a votação definitiva sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff coincidir com os Jogos Olímpicos Rio-2016. “O Brasil não vive em função dos que o dirigem, mas do seu povo”, afirmou Temer. “O povo não estará preocupado com isso, estará preocupado com a pujança do Brasil”, completou o presidente em exercício.

Questionado sobre a presença de Dilma na cerimônia de abertura, no dia 5 de agosto, Temer disse não ter objeção, mas ressaltou que é um assunto “da organização da Olimpíada”. “Para mim, tanto faz”, declarou. “Falo em pacificação do País. Não podemos mais ter brasileiros disputando com brasileiros”, afirmou Temer, que apontou os Jogos Olímpicos como uma “possibilidade de reunificação do pensamento nacional”.

Temer voltou a prometer ajuda financeira da União nesta etapa final da organização e prometeu que, até a próxima semana, estará “equacionado” o empréstimo de R$ 1 bilhão para o Estado concluir as obras da linha 4 do metrô. O Tesouro Nacional tem resistido em autorizar o financiamento, por grave crise financeira por que passa o Rio de Janeiro.

“Vamos colaborar não apenas com palavras, mas com as necessidades de natureza financeira. Estamos produzindo um fato extraordinário para o Brasil. Vamos ter uma conversa mais adiante (sobre os recursos para o metrô) para equacionarmos até a semana que vem”, disse Temer.

Antes da visita pelo Parque Olímpico, na zona oeste do Rio, o presidente em exercício reuniu-se com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. “O presidente do COI registrou o fato de que 5 bilhões de pessoas acompanharão a abertura dos Jogos e estarão com os olhos voltados para nosso país”, afirmou Temer.

Thomas Bach
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse nesta terça-feira que o processo de impeachment e as “divisões políticas” no País não devem afetar a preparação para a Olimpíada. O dirigente afirmou que a máxima entidade olímpica não interfere em questões políticas domésticas e evitou dizer se a presidente afastada, Dilma Rousseff, será convidada para a cerimônia de abertura dos Jogos de 2016, em agosto. Segundo ele, o governo interino afirmou “compromisso incondicional” com o sucesso da competição.

“Espero que possamos manter os Jogos como um momento de união para os brasileiros e para isso, é preciso mantê-lo fora das divisões políticas. Isso é parte do processo democrático no Brasil e temos confiança na democracia”, afirmou Bach, após se reunir, pela primeira vez, com o presidente em exercício Michel Temer, no Rio. “O convite para a cerimônia não é uma questão do COI”, completou.

Questionado se o julgamento do processo de impeachment, previsto para agosto, poderia atrapalhar os Jogos Olímpicos, Bach afirmou que o COI não se envolve com a política interna. O executivo reforçou o discurso de que a Olimpíada pode unificar o País.

“Os Jogos são um projeto de unificação. Trabalhamos muito bem com o governo da presidente Dilma Rousseff para o sucesso dos Jogos. E estamos trabalhando da mesma forma com o presidente Temer. Os Jogos não são sobre política ou sobre divisões entre as pessoas. É sobre unificar as pessoas, os brasileiros”, completou o presidente do COI, em rápida declaração antes da visita às obras do Parque Olímpico.

Protesto
A Polícia Militar e o Exército expulsaram manifestantes contra Michel Temer, durante visita do presidente em exercício ao Parque Olímpico. Cerca de 30 pessoas levaram cartazes contra o “golpe”, como se referem ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e tentaram se aproximar da área onde estavam as autoridades. Pelo menos um manifestante foi detido.

Temer visitou as instalações olímpicas e se reuniu com Bach, ministros, autoridades estaduais e municipais. Questionado sobre a manifestação durante entrevista, Temer não respondeu.

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