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“Tamanho da economia é inegociável”, diz líder sobre nova Previdência

Após se reunir com Paulo Guedes, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, Joice Hasselmann negou que governo vá liberar emendas em troca de votos

atualizado

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Agência Câmara
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1 de 1 joice hasselmann_Agência Câmara - Foto: Agência Câmara

Depois de um almoço na residência oficial da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27/2), a nova líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que o ponto inegociável da reforma da Previdência é o tamanho da economia projetada pelo ministro Paulo Guedes, estimada em, no mínimo, R$ 1 trilhão em até 15 anos.

“Não são os pontos, é o ponto, que é o tamanho da economia. O tamanho da economia é inegociável”, disse Joice ao deixar a casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além dela, de Maia e do ministro Paulo Guedes, participaram do almoço o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) – cotado para ser um dos relatores da nova Previdência na Câmara. 

Segundo a deputada federal, o governo sabe que o projeto sofrerá alterações. “Deixamos, obviamente, muito claro que tem que ter essa digital do Congresso Nacional. Ninguém está se furtando isso”, disse Joice Hasselmann.

Sem vantagens ou pressão
Já no Salão Verde da Câmara, a líder negou aos jornalistas que o governo esteja negociando vantagens aos congressistas em troca da aprovação da proposta para a nova Previdência Social. “Não tem ninguém procurando ninguém com emendas ou cargos, o que está acontecendo é um amadurecimento de uma conversa. O problema não é uma indicação, é corrupção”, disse.

Ela também descartou uma suposta pressão do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) sobre parlamentares por apoio ao governo federal. “Eu não estou vendo pressão nenhuma do Carlos Bolsonaro ou de outros parlamentares. O Carlos tem sido muito cuidadoso com a comunicação da reforma”, sustentou.

A nova líder afirmou ainda que será o braço direito do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), na articulação política entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. E sustentou que até meados de maio ou início de junho ocorra a votação da nova Previdência, segundo as negociações feitas com os presidentes da Câmara e do Senado.

“A ideia é encurtar as pontes e os caminhos”, resumiu. “O presidente será o garoto-propaganda nas redes [sociais], porque ele é um fenômeno nas redes. O nosso esforço agora é chamar a nossa bancada de influencers para trabalhar duro e aprovar essa reforma”, completou a deputada federal.

BPC e aposentadoria rural
Os congressistas têm reclamado de pontos da proposta, especialmente sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural. No projeto enviado pelo governo, um deles é a alteração do pagamento do BPC, que seria de R$ 400 a partir dos 60 anos para idosos que comprovarem situação de “miserabilidade”. O valor seria elevado a um salário mínimo aos 70 anos. Pessoas com deficiência continuariam tendo direito a salário mínimo – que hoje corresponde ao teto do BPC.

Já para quem atua no meio rural, as principais mudanças propostas são o aumento de cinco anos na idade mínima de aposentadoria das mulheres, que passa a ser 60 anos, igual à dos homens. A contribuição mínima também sofreu alterações: de 15 para 20 anos.

De acordo com Joice, apesar da reclamação nas bancadas partidárias, as conversas estão apenas no início e não há previsão de tirar os pontos da reforma. “Tirar o BPC é uma frase muito forte. A gente está conversando sobre o BPC”, afirmou a deputada, que completou: o ministro da Economia e o presidente Jair Bolsonaro estão “sensíveis a abrir o diálogo” em relação ao BPC.

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