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SUS deverá passar por privatização, diz economista de Meirelles

Para José Márcio Camargo, grandes problemas do Sistema Único de Saúde são o excesso de demanda e o gerenciamento

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Henrique Meirelles
1 de 1 Henrique Meirelles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Sistema Único de Saúde (SUS) deverá passar por um processo de privatização de sua gestão, em caso de vitória de Henrique Meirelles no pleito presidencial deste ano, afirmou, nesta terça-feira (11/9), o economista José Marcio Camargo, que coordena o programa econômico da campanha do candidato do MDB.

“É preciso dizer que o SUS é espetacular, um dos maiores sistemas de saúde do mundo. Os grandes problemas são o excesso de demanda e o gerenciamento. Queremos privatizar a gestão do SUS, de tal forma a aumentar a eficiência do sistema”, comentou José Marcio Camargo, durante sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Camargo também falou sobre o programa econômico de Henrique Meirelles, que não é extenso e reflete “um conjunto de prioridades”. Entre elas, o coordenador do programa econômico do MDB elencou três vertentes principais.

O primeiro ponto é a reforma da Previdência Social. “Queremos aprovar a proposta que já está na Câmara, garantindo a idade mínima e atacando privilégios do funcionalismo público”, disse ele, ao participar de sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

De acordo com o economista, a mudança do regime previdenciário de funcionários públicos já garantiria uma economia de cerca de R$ 50 bilhões.

O Orçamento Federal também é um dos pontos centrais na proposta do MDB, disse José Márcio Camargo. “O nosso Orçamento é muito engessado. Por isso, propomos acabar com as vinculações e tornar o Orçamento mais impositivo”, explicou.

A terceira medida prevista no programa emedebista é uma reformulação do sistema tributário brasileiro. “Queremos fazer uma reforma tributária para simplificar o modelo. Existe uma certa convergência sobre este ponto entre as demais candidaturas, como a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, disse.

Funcionalismo público
Os salários do funcionalismo público representam um desafio importante no ajuste fiscal dos Estados, comentou José Marcio Camargo. “Se quisermos fazer ajuste fiscal nos Estados, é preciso parar de aumentar o salário do funcionalismo público”, disse, durante a sabatina.

Para Camargo, o governo federal precisa atuar nesta questão para garantir uma trajetória sustentável dos gastos públicos estaduais. “É aí onde está o grosso do problema. Precisamos fazer um debate sobre prioridades. Queremos continuar pagando alto para poucos funcionários públicos ou reduzir as desigualdades?”, indagou o economista.

O debate de prioridades, disse o economista, é importante para reduzir as desigualdades sociais e distorções decorrentes dos altos salários no funcionalismo público. “Em 2017, a sociedade transferiu R$ 87 mil para cada aposentado do setor público”, apontou Camargo.

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