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Sob olhar de Temer e mirando a presidência, Meirelles se filia ao MDB

O ministro da Fazenda pretende concorrer ao Planalto ou ser vice em uma chapa encabeçada pelo chefe do Executivo

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Temer e Meirelles
1 de 1 Temer e Meirelles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Na tentativa de se viabilizar como candidato às eleições de outubro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assinou sua filiação ao MDB nesta terça-feira (3/4). O novo integrante da legenda pretende concorrer ao Planalto ou ser vice em uma chapa encabeçada por Michel Temer, que esteve ao seu lado na sede do partido no Lago Sul, em Brasília. O chefe do Executivo manteve o discurso de que “a união” deles faz a força, mesmo vendo escorrer por entre os dedos uma possível reeleição, sobretudo após a prisão de seus dois amigos pessoais: José Yunes e o coronel Lima.

Com o jingle “M de Michel, M de Meirelles, M de MDB” ao fundo, eles trocaram elogios durante a cerimônia. Primeiro, falou o ministro: “Hoje, Temer inova nos programas sociais, que não existiriam sem o apoio do MDB. Em 2016, o país enfrentava uma crise, filha do governo anterior. Também usou sua competência para conduzir o Brasil diante de tantos problemas”. Em seguida, o presidente discursou: “Meirelles pode assumir qualquer cargo. Nós nos orgulhamos do que foi feito na economia por ele e nos demais setores, como saúde, meio ambiente e educação”.

Mesmo com a troca de afagos, o titular da Fazenda não estaria disposto a aceitar menos do que concorrer à presidência. Mas a busca dele por voos mais altos encontra forte obstáculo nas pesquisas de intenção de voto. Até agora, nos levantamentos realizados sobre a corrida ao Palácio do Planalto, ele não passou de 1% na preferência do eleitorado. Alguns políticos mais tradicionais do PSDB ainda sonham com uma quase impossível chapa entre Meirelles, como vice, e Geraldo Alckmin para presidente.

“Entrei agora no partido e coloco meu nome à disposição para discutir os próximos passos. Meu compromisso é continuar servindo ao país. Para criar renda e poder financiar a educação, a saúde e o que mais for preciso”, afirmou Meirelles em coletiva após o evento. Comentou ainda a respeito do refrão. “Toca bem, mas é um pouco prematuro pensar em jingle agora. Devo ficar no ministério até sexta-feira (6)”, disse.

Para disputar o pleito, ele tem até o próximo dia 7 para deixar o cargo, observando o prazo de desincompatibilização, como determina a lei eleitoral. A pasta deverá ser comandada pelo atual número dois da Fazenda, o secretário-executivo Eduardo Guardia, mas o nome ainda não foi cravado.

Meirelles estava filiado ao PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, atual ministro de Ciência e Tecnologia e virtual candidato a vice-governador de São Paulo na chapa do prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB-SP).

Na reunião da executiva do MDB, o deputado Beto Mansur (SP) também se juntou aos quadros da legenda. Ele deixa o PRB, sigla que agora tem o empresário Flávio Rocha como presidenciável.

Carreira
Economista, Henrique Meirelles ocupou os principais postos que sua profissão permite, como o Ministério da Fazenda, desde 2016, e a presidência do Banco Central, entre 2003 e 2010. E foi titular do Conselho de Administração do grupo J&F, em 2012.

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