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Secretaria vai investigar festinha de presos da Lava Jato em Bangu 8

Comemoração de aniversário com direito a bolo, em julho, movimentou a cadeia onde estão os principais presos da operação

atualizado

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Divulgação/Alerj
Edson Albertassi
1 de 1 Edson Albertassi - Foto: Divulgação/Alerj

Uma festa de aniversário, com direito a bolo, movimentou a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecida como Bangu 8, onde estão os principais presos das operações da Lava Jato, no Complexo de Gericinó, no dia 21 de julho. Um dos suspeitos de receber a iguaria é o deputado Edson Albertassi, aniversariante do dia 24 daquele mês. As informações são da página do jornal O Dia na internet.

O deputado foi preso em novembro acusado de integrar esquema de corrupção em que parlamentares usavam da sua influência para aprovar projetos na Assembleia Legislativa (Alerj) para favorecer as empresas de ônibus e empreiteiras, na operação batizada de Cadeia Velha.

A “festinha” foi revelada na quarta-feira pela TV Globo. Em nota, a assessoria de imprensa de Albertassi informou que “as suspeitas sobre o deputado são infundadas”. As investigações da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) vão comprovar que ele não teve qualquer participação nestes fatos, afirma a assessoria do deputado.

A apuração do caso está a cargo da Corregedoria do órgão. Os agentes descobriram que o bolo entrou com a conivência de uma funcionária da cantina do presídio Joaquim Ferreira de Souza, no mesmo complexo, que também fornece lanches aos presos de Bangu 8.

Grávida, a mulher alegou que o bolo seria para o chá do bebê, mas como a celebração do rebento não aconteceu, os agentes descobriram que a guloseima foi parar em Bangu 8, levado por faxina (interno que costuma pegar os pedidos dos presos).

De acordo com a Seap, a investigação começou no início de agosto, quando foi aberta a sindicância. Segundo a secretaria, o caso aconteceu ainda na gestão da então diretora Rita de Cássia Alves Antunes. Ela foi afastada do cargo sob a acusação de ter concedido privilégios à mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, quando a advogada esteve presa na Joaquim Ferreira de Souza, entre os meses de dezembro de 2016 e março de 2017.

Rita foi denunciada por improbidade administrativa pelo Ministério Público à 16ª Vara de Fazenda Pública. Ela também será investigada sob suspeita de envolvimento no caso do bolo. Em nota, a Seap informou que a cantina está fechada por 30 dias como punição administrativa. E acrescentou que a conclusão da sindicância da Corregedoria será enviada ao Ministério Público.

As regras para a entrada de alimentos na cadeia são rigorosas. Bolos só podem entrar em fatias. Outro suspeito de ter recebido a iguaria é o vereador de Petrópolis Paulo Igor, que foi preso com dinheiro na banheira, em abril, de fraude em licitação.

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