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Além de dinheiro com assessor, PF acha R$ 5 mil na mala de Marquezelli

Dinheiro foi apreendido durante terceira fase da Operação Espúrio, que investiga fraudes no Ministério do Trabalho na gestão do PTB

atualizado

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João Ricardo/PTB
nelson marquezelli
1 de 1 nelson marquezelli - Foto: João Ricardo/PTB

A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta quinta-feira (5/7) R$ 5 mil em dinheiro vivo na mala do deputado federal Nelson Marquezelli (PTB-SP), durante nova fase da Operação Registro Espúrio. Os policiais revistaram o gabinete do deputado na Câmara, onde recolheram documentos e copiaram o conteúdo dos computadores. A força-tarefa também encontrou R$ 95 mil, dentro de um cofre, no apartamento de Jonas Antunes de Lima, assessor do político.

Marquezelli negou ter feito audiências com o ministro afastado do Trabalho Helton Yomura e disse que o conheceu apenas quando ele foi indicado para a Secretaria-Executiva da pasta. O PTB, responsável por fazer as indicações para o comando da pasta, informou, em nota, que o ministério está à disposição do presidente Michel Temer.

“Na minha mala tinha R$ 5 mil que eu uso para viagens no interior de São Paulo”, disse Marquezelli, que irá pedir a restituição do dinheiro ainda hoje. O deputado relatou ter sido interrogado pelos investigadores. “Prestei meu depoimento. Citaram cinco ou seis nomes do ministério que eu não conheço. Me informaram que o Jonas está sendo interrogado, ele e mais três ou quatro funcionários do Ministério do Trabalho.”

Marquezelli afirmou que discorda da participação do PTB no Ministério do Trabalho, pelo fato de ser contra o aumento do número de sindicatos e a favor da reforma trabalhista. Ele sugeriu que o partido pleiteasse outras pastas, como Esportes, Agricultura ou Turismo.

“Nós sabemos aqui, os bastidores sabem, que essa evolução do número de sindicatos no País, quase 18 mil sindicatos, não é de graça. Um forçamento de barra para ter sindicato de tudo quanto é jeito”, disse o deputado a jornalistas na Câmara. “Não há nada a temer. O gabinete é limpo, o nosso trabalho é limpo. Mas sou deputado do PTB, estou há 36 anos no partido e, lamentavelmente, o PTB dirigindo o MT, houve denúncias que estão sendo investigadas”, afirmou o parlamentar.

“Acredito que elas não procedem, mas a PF tem que investigar, não só o PTB, mas todos os partidos que nos últimos dez anos passaram no ministério. O PTB nosso, nosso trabalho, nosso grupo de amigos, (tem) mãos limpas. Pessoas corretas, que eu confio. Vamos colaborar com as investigações que estão sendo realizadas”, disse Marquezelli.

O deputado afirmou, ainda, que foi questionado sobre o marco regulatório do transporte de cargas, do qual é relator. Ele contou que os policiais levaram cópia do documento.

“Estão levando cópia do marco regulatório do transporte, que nós fizemos. Envolve 18 mil caminhoneiros do País. A Justiça multou várias transportadoras que proporcionaram a greve no Estado de São Paulo e no Brasil. Também faz parte da investigação. Jonas atuou muito pesado nesses dois anos no marco regulatório do transporte e teve muitos contatos com sindicatos, associações cooperativas ele conhece e pode dar informações que serão úteis no caminho da investigação”, finalizou.

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