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PT reafirma não a Maia e adia definição de apoio a outro candidato

Os petistas, no entanto, deverão manter a posição de negociar para garantir que a sigla tenha cargos na Mesa Diretora da Casa

atualizado

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Wilson Pedrosa/ Fotos Públicas
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT
1 de 1 Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT - Foto: Wilson Pedrosa/ Fotos Públicas

Uma comissão de dirigentes petistas se reuniu nesta segunda-feira (21/1) com o objetivo de discutir a negociação para um posicionamento do partido nas eleições para a presidência da Casa. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falou em nome do partido e reafirmou que não irá apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM), mas também não definiu um nome.

“Não tivemos a definição. Estamos conversando com os candidatos que têm se colocado como oposição ao Maia. Temos até a próxima semana para isso [definir candidato]”, acrescentou Gleisi Hoffmann.

Participaram da reunião a senadora Gleisi Hoffmann, que foi eleita deputada federal, o líder do partido na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), o vice-líder, deputado Carlos Zaratini (SP), o deputado José Guimarães (CE), um dos principais articuladores da legenda no Congresso, e o líder no Senado, senador reeleito Humberto Costa (PE).

Na semana passada, o PT já havia descartado apoio a Maia. No entanto, deverá manter a posição de negociar para garantir que a sigla tenha cargos na Mesa Diretora da Casa. Isso dependerá da postura a ser adotada pelo novo presidente da Câmara, que poderá, ou não, fazer valer o princípio da proporcionalidade no preenchimento dos cargos.

Contramão da oposição
Tudo indica que o PT siga na direção da candidatura alternativa, ancorado pelo PSB e PSol, e na contramão de outros partidos de oposição. como o PCdoB e o PDT, que seguirão com Maia. “Não vamos com a candidatura do Maia. Já é uma decisão discutida entre nós. Queremos ter uma pauta política naquilo que nos une”, afirmou Gleisi Hoffmann, que pontuou a discussão sobre direção da Mesa Diretora como uma “etapa a ser vencida”.

Embora não estejam juntos na questão da candidatura para presidente da Câmara, o PT marcou encontros com PSol e PSB para tratar de uma “frente progressista”. Eles querem união entre os partidos, o que inclui, nesse time, PCdoB e também o PDT. “Não é um bloco para apoiar candidato a presidente. É um bloco para atuar em cima de uma pauta que queremos desenvolver com esses partidos”, assegurou Paulo Pimenta.

A decisão final de apoio ao nome para presidir a Câmara será tomada em 31 de janeiro, quando a bancada se reunirá em Brasília.

CPI contra Flávio Bolsonaro
O partido não definiu sobre a abertura de um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Gleisi Hoffmann sinalizou, no entanto, que o partido cobrará explicações.

“Estamos conversando sobre isso [pedido de CPI]. Não depende só do PT, e sim de uma articulação dentro do Congresso. Uma coisa é clara: quando Ministério Público e o Judiciário retiram-se da responsabilidade de dar encaminhamento a uma situação tão grave como essa, cabe ao Congresso tentar responder à sociedade. O Congresso terá essa discussão ao seu tempo”, apostou.

Se Gleisi Hoffmann despistou sobre o pedido de CPI, o senador José Guimarães falou que, se depender dele, no dia 1º de fevereiro o tema será tratado pelos parlamentares petistas. Ele pontuou, no entanto, ser um longo caminho para a reunião de assinaturas a fim de abrir o procedimento.

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