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“Proposta de mudar regra de ouro veio da equipe econômica”, diz Maia

“Não vou, aqui, deixar de assumir aquilo que defendo. Também não transfiram para mim o que não é responsabilidade minha”, completou

atualizado

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DIDA SAMPAIO/ESTADAO
MICHEL TEMER/RADIOS
1 de 1 MICHEL TEMER/RADIOS - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (9/1) que a ideia de propor mudanças na chamada “regra de ouro” do Orçamento partiu da equipe econômica do governo. Segundo Maia, a decisão de enterrar o assunto surgiu ao notar que o debate caminhava para a “politização”. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, juntamente com o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), ele falou sobre o tema.

“Em novembro, chamei o Pedro Paulo e disse para introduzirmos o debate dos gastos obrigatórios. Ele começou a trabalhar nisso e pediu uma reunião com a equipe econômica. Ali, o governo começou a falar sobre a questão da regra de ouro”, disse Maia. Segundo o presidente da Câmara, o plano inicial era introduzir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), mas, posteriormente, o discurso mudou. “Saiu a interpretação de que a ideia da mudança da regra de ouro partiu da PEC que eu pedi ao Pedro Paulo”, reclamou o presidente da Câmara.

Maia ainda prosseguiu ao lembrar de um comentário do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), no qual ele se posicionava contrário à suspensão da regra: “Disse, então, que iríamos tratar da PEC de despesas obrigatórias”, completou. “Com isso, vi que esse discurso estava caminhando para a politização”.

E acrescentou: “Não vou, aqui, deixar de assumir aquilo que defendo. Também não transfiram para mim o que não é responsabilidade minha. Se quiserem discutir congelamento de salários, redução dos incentivos fiscais, qualquer tema que seja, estou disposto a enfrentar o debate em conjunto. Agora, a regra de ouro fica para o próximo presidente da Câmara.”

Concorrência
O presidente Câmara trava com Meirelles uma disputa interna para ver quem se viabiliza como candidato do governo na sucessão de Michel Temer (PMDB). Como compartilham discursos e uma faixa de eleitorado bastante semelhantes, os dois agem agora para distanciar seus perfis e conquistar a preferência dos demais partidos do Centrão.

Apesar disso, o deputado fluminense buscou minimizar a entrevista publicada nesta terça (9) pelo jornal O Globo, na qual não descarta concorrer à Presidência da República. “Se achasse que não tinha risco, estava me preparando [para disputar a Presidência]. Como ainda acho que não tem fundamento concreto para candidatura, vou trabalhar para que meu partido e campo ideológico possaM construir candidatura vitoriosa em 2018, independentemente de nome.”

Previdência
Ele também reiterou seu compromisso em trabalhar pela reforma da Previdência. “A partir do dia 22, vou chamar todos os líderes e tentar convencer um por um. Quero chegar antes do carnaval com cenário claro da possibilidade ou não de chegarmos aos 308 votos”, disse, acrescentando que qualquer proposta de alterar o projeto em discussão “vai ter que ter a clareza de que não vai mexer nessa economia de R$ 490 bilhões, R$ 500 bilhões em 10 anos.”

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