Previdência: Maia diz que fixar data de votação seria “precipitado”
Para o presidente da Câmara, colocar em votação o texto agora seria “repetir o mesmo erro que cometemos no ano passado”
atualizado
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Presidente da Câmara dos Deputados – e já se movimentando para garantir a reeleição –, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou nesta terça-feira (30/10) que fixar uma data para a votação da reforma da Previdência seria “precipitado”.
Desde que Jair Bolsonaro foi eleito, no último domingo (28), como o próximo presidente do Brasil, o partido de Maia e também o atual governo de Michel Temer (MDB) voltaram a se movimentar para que a mudança na legislação previdenciária volte à pauta da Câmara.
Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro afirmou, em entrevista à RecordTV, que irá trabalhar para a aprovação de ao menos “parte” da reforma enviada por Temer ao Congresso Nacional. No entanto, o futuro presidente enfrenta resistências dentro da sua equipe e pode ter trabalho para convencer deputados a votarem a favor do projeto.
“As reformas polêmicas precisam da liderança do governo articulada com o Parlamento e, acredito eu, que o presidente eleito tem condições de fazer isso”, afirmou Rodrigo Maia, que está se aproximando de Bolsonaro em busca da reeleição à Presidência da Câmara. No entanto, o parlamentar alertou sobre o risco de o militar reformado ser derrotado dentro da Casa.
Abrir um passo para votação [da reforma da Previdência] agora seria repetir o mesmo erro que cometemos no ano passado. Era óbvio que o governo Temer não tinha essa base, naquela época. Não é uma articulação simples, devemos ter paciência
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados
O texto da reforma da Previdência precisa ser aprovado na Câmara, em dois turnos, para só depois ir ao Senado. Questionado, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse que não irá pensar na matéria enquanto ela não passar pela outra Casa.
Contradições na equipe
Nesta terça-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro reuniu seus homens de confiança para resolver cargos dentro de seu futuro governo. No entanto, os próximos ministros deram declarações contraditórias.
O deputado Onyx Lorenzoni, que assumirá a Casa Civil, fez comentários sobre política cambial e reforma da Previdência que não convergem com o pesamento de Paulo Guedes, que comandará a Fazenda.
Guedes deixou claro que não gostou da interferência. “Houve gente do próprio futuro governo falando que não tem pressa de fazer reforma da Previdência. O jornalista que fez a pergunta está dizendo que o Onyx, que é coordenador político, falou de banda cambial. Ao mesmo tempo, está dizendo que o Onyx falou que não tem pressa na Previdência. Aí o mercado cai. Estão assustados por quê?, questionou Guedes.