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Prefeitura de SP tem esquema de corrupção, diz controlador demitido

Guilherme Mendes havia sido indicado na gestão de João Doria e perdeu o cargo com a chegada do novo prefeito, Bruno Covas

atualizado

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Marcio Fernandes/Estadão
SAO PAULO/SP – 02/02/2012 – OPERACAO / MEDULA – CIDADES/OE – Gustavo Hungaro, Corregedor Geral da Administracao Estadual, durante coletiva na sala de despachos do Palacio dos Bandeirantes, sobre as apreencoes da Operacao Medula.
1 de 1 SAO PAULO/SP – 02/02/2012 – OPERACAO / MEDULA – CIDADES/OE – Gustavo Hungaro, Corregedor Geral da Administracao Estadual, durante coletiva na sala de despachos do Palacio dos Bandeirantes, sobre as apreencoes da Operacao Medula. - Foto: Marcio Fernandes/Estadão

Demitido pelo prefeito Bruno Covas, o agora ex-controlador geral do município de São Paulo Guilherme Mendes apontou irregularidades na prefeitura e afirmou que sua saída foi uma “decisão política”. O novo controlador, Gustavo Ungaro, ocupava a chefia da Ouvidoria Geral do estado, que tem atribuições parecidas, como zelar pela transparência da gestão pública.

Em entrevista à rádio CBN, Mendes falou em um “esquema estruturado” de corrupção na administração municipal e citou suspeitas de desvio de R$ 50 milhões no Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad). Ele disse ainda que sua saída estava relacionada à defesa da suspensão dos contratos da Parceria Público-Privada (PPP) da iluminação pública, alvo de denúncias gravadas sobre pagamento de propina.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, entretanto, Mendes baixou o tom e afirmou não ter dito nada que não fosse de conhecimento público, ao se referir ao “esquema estruturado”. “São esquemas envolvendo fiscais que passam por diversas administrações”, disse. Sobre o Fumcad, destacou: o trabalho de investigação dos supostos desvios “ainda está em andamento”, e “o pedido (de investigação) partiu da própria secretária de Direitos Humanos, Heloísa Arruda, que não estava segura em fazer os pagamentos porque havia muita desorganização”.

O fundo é alvo de uma auditoria, aberta em julho do ano passado, no Tribunal de Contas do Município (TCM).

“Digo que minha saída é política porque não houve nenhum apontamento técnico sobre meu trabalho”, afirmou.

Mendes havia sido indicado pelo advogado Anderson Pomini, secretário de Justiça de João Doria (PSDB). Pomini deixou o cargo com a saída do ex-prefeito para a disputa ao governo do estado. Pomini havia sido advogado eleitoral do prefeito. Mendes é servidor de carreira da Justiça Eleitoral.

Na segunda-feira, quando foi comunicado da decisão, teria sido oferecido a ele a possibilidade de permanecer na gestão Covas, ocupando cargo na Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura (Fumdatec). Nesta quinta, entretanto, ele foi informado pela chefia de gabinete do novo secretário de Justiça, Rubens Rizek Júnior, de que sua demissão seria oficializada no Diário Oficial desta sexta. Foi quando ele deu entrevista à rádio.

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