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Palocci diz que ex-presidente do STJ recebeu propina de R$ 5 milhões

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o ex-ministro afirmou que Cesar Asfor Rochal foi subornado para abafar a Operação Castelo de Areia

atualizado

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CELSO JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Em nova fase da Lava Jato, PF prende ex-ministro Antonio Palocci
1 de 1 Em nova fase da Lava Jato, PF prende ex-ministro Antonio Palocci - Foto: CELSO JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou, em delação premiada, que o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha recebeu R$ 5 milhões da construtora Camargo Corrêa para barrar a Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. As informações são da Folha de S.Paulo

Deflagrada em 2009, a investigação tinha como alvo, além da construtora, outras empreiteiras e políticos investigados pela Lava Jato.

Ainda segundo a publicação, Palocci afirmou que o acerto com Cesar Asfor Rocha foi feito pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. O acordo incluía a promessa de apoio de Bastos a Asfor Rocha para uma indicação no Supremo Tribunal Federal (STF), o que não ocorreu.

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff disse ainda que o repasse referente ao suborno foi depositado em uma conta no exterior. As famílias de Rocha, Bastos e a construtora Camargo Corrêa negam a acusação a reportagem da Folha.

Preso na 35.ª fase da Lava Jato, batizada de Omertà, o petista é acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, referente ao repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para o marqueteiro do PT João Santana. Ele negocia sua delação premiada.

Operação
A Castelo de Areia apurou um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e repasses ilícitos para políticos envolvendo executivos da empreiteira Camargo Corrêa, entre 2009 e 2011. Dentre os nomes que apareceram nas buscas da operação estava o do hoje presidente Michel Temer, em uma planilha citando vários políticos que receberam doações da empreiteira. Em 2011 o STJ decidiu por anular toda a investigação, sob o argumento de que ela foi baseada em uma denúncia anônima.

Com as novas descobertas da Lava Jato, que destrinchou o relacionamento e a troca de favores entre as empreiteiras e os principais partidos políticos do país, a força-tarefa da operação chegou a pedir ao Supremo em 2015 que fosse reaberta a Castelo de Areia, mas o pedido foi negado.

Asfor Rocha presidiu o STJ e, em 2009, concedeu uma liminar que barrou a Operação Castelo de Areia. Semelhante à Lava Jato, a investigação realizada na época também avançou sobre a relação entre as grandes empreiteiras do País e os partidos políticos. A liminar acabou sendo referendada pelo plenário do STJ e a operação foi anulada.

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