Mudanças no Coaf: órgão é transferido para o Setor de Clubes Sul
Agora, vinculado ao Banco Central, órgão de controle financeiro deixa escritórios alugados e vai para prédio público à beira do lago Paranoá
atualizado
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Em mais uma das várias mudanças que enfrentou desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), há pouco mais de um ano, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) está sendo transferido – mas, desta vez, só fisicamente.
O órgão responsável pela prevenção e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo está saindo de um prédio privado (imagem em destaque) no Setor de Autarquias Norte, em Brasília, e indo para um espaço cedido pelo Banco Central (atual responsável pelo Coaf) no Setor de Clubes Sul, às margens do lago Paranoá.
Em termos de distância, a mudança não é drástica, apesar de deixar os servidores do Coaf um pouco mais longe do centro do poder. O novo endereço, na Universidade do Banco Central (UniBC), fica a menos de 10 km do local onde o órgão funciona desde janeiro de 2016. Veja no mapa:
Questão de economia
De acordo com o Banco Central, a mudança representa “economia” ao conselho. Segundo o órgão, o contrato de aluguel do Coaf no Centro Empresarial CNC está no final e o grupo será instalado no novo endereço “pagando ao Banco Central os valores decorrentes do compartilhamento de uso do espaço”.
Em um relatório do então Ministério da Fazenda, de 2016, a ida do Coaf para o endereço de onde sai agora também era considerada uma questão de economia, pois outro órgão público, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, funciona no mesmo prédio público e os dois poderiam “ratear despesas de aluguel, manutenção predial, vigilância, brigadista entre outros”.
A diferença entre os valores ainda não foi informada pelos envolvidos, mas o valor total do contrato de aluguel, assinado em 2014 com a Confederação Nacional do Comércio, é de R$ 97,8 milhões por 5 anos de locação.
Série de mudanças
Colocado no guarda-chuvas do Ministério da Justiça no começo da atual gestão, a pedido do ministro Sergio Moro, o Coaf foi alvo de disputas desde então e teve até o nome trocado – para Unidade de Inteligência Financeira (UIF).
Enviado de volta ao Ministério da Economia (onde funcionava nos governos anteriores) pelo Congresso, numa ofensiva para tirar poderes do ex-juiz e superministro, o órgão que procura ilícitos em transações monetárias acabou sendo acomodado no Banco Central no fim de 2019.
Nas idas e vindas, o governo tentou mudar regras internas do Coaf, permitindo, por exemplo, que pessoas que não são funcionários públicos fossem indicados conselheiros. A mudança também caiu no Congresso.
Nas palavras do presidente Jair Bolsonaro, a última mudança – para o BC – teve como objetivo “evitar qualquer especulação política em cima desse órgão”.