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MST: atos pró-Lula podem ser mais radicais se HC for negado

“Há uma tendência geral de se ter um ‘abril vermelho’ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”, disse integrante do movimento

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Manifestantes do MST fecham a via do Eixo Norte – Brasília, DF – 01/10/2015
1 de 1 Manifestantes do MST fecham a via do Eixo Norte – Brasília, DF – 01/10/2015 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) articulam uma mobilização nacional com sindicatos e movimentos operários caso o habeas corpus (HC) preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja negado, nesta quarta-feira (4/4) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST, a forma de mobilização vai depender do que for decidido e tende a ser mais radical se houver a prisão de Lula.

As mobilizações podem começar logo após o julgamento. “Há uma tendência geral de se ter um ‘abril vermelho’ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”, disse Rodrigues. “Abril vermelho” foi o nome dado por João Pedro Stédile, líder maior do movimento, à jornada de trancamento de rodovias, invasões de fazendas e prédios públicos que acontece neste mês, quando a militância lembra o assassinato de 19 trabalhadores rurais sem-terra pela polícia do Pará, em 1996, no episódio que ficou conhecido como o massacre de Eldorado dos Carajás.

De acordo com Rodrigues, não será uma mobilização exclusiva da militância. “Vamos ter o respaldo de quem vota no Lula, que continua liderando tudo quanto é pesquisa. A luta de classes aberta em torno do Lula é uma oportunidade para as forças populares articularem a defesa da democracia com a luta social”, disse.

Segundo Rodrigues, se a decisão do STF for favorável ao ex-presidente, não haverá comemoração nas ruas. “Não vamos soltar foguetes, nem provocar. Nós estamos acreditando que a Suprema Corte terá o devido cuidado de dar a Lula o direito de recorrer [às eleições] em liberdade, uma coisa básica para a democracia. Mas se houver um resultado adverso, vamos às ruas lutar pela liberdade dele e pelo respeito à Constituição”, destacou.

O dirigente nacional do MST, Alexandre Conceição, viajou a Brasília nesta terça-feira (3/4) para acompanhar a votação no Supremo. Segundo ele, a militância participa das mobilizações convocadas pela Frente Brasil Popular, da qual o MST faz parte. “Estamos nos organizando, sim, para combater o fascismo dos ruralistas e exigir justiça no Supremo. Que o STF não se apequene”, disse.

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