Moro deve ir ao Senado hoje depor sobre mensagens divulgadas por site
A expectativa é que o ministro esclareça as trocas de mensagens vazadas entre ele e procuradores da Lava Jato
atualizado
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Pela primeira vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, irá ao Congresso Nacional para falar sobre troca de mensagens atribuídas a ele e a integrantes da força-tarefa Lava Jato. O líder da pasta deve ser ouvido nesta quarta-feira (19//06/2019) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A expectativa é que Moro esclareça a troca de mensagens, por meio do aplicativo Telegram, entre ele e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, sobre procedimentos e decisões em processos. A assessoria do ministério confirmou, nessa terça-feira (8/06/2019), que o ministro irá à CCJ.
A participação de Moro na audiência, anunciada na semana passada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ocorre um dia depois de o site The Intercept divulgar mais um trecho das possíveis conversas entre Moro e procuradores da força-tarefa, especialmente Dallagnol.
O procurador fala em “passar recado de imparcialidade” no trecho atribuído pelo The Intercept, e o juiz retorque: “Ah, não sei. Acho questionável, pois melindra alguém cujo apoio é importante”.
Reforço na segurança
Segundo a presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), a reunião deverá contar com reforço na segurança. O ministro terá 30 minutos para a exposição inicial. Em seguida, senadores inscritos terão cinco minutos para réplica. O ministro terá o mesmo tempo para resposta e, depois, os parlamentares terão prazo máximo de dois minutos para réplica e tréplica.
Simone disse que as regras de condução foram definidas seguindo as normas regimentais e que a lista de inscrição dos senadores será aberta às 9h, mesmo horário em que a reunião foi convocada.
Depoimento na Câmara
No dia 26 deste mês, será a vez de Moro dar explicações sobre o mesmo assunto aos deputados. O presidentes das comissões de Direitos Humanos e Minorias; Trabalho, Administração e Serviços Públicos; Fiscalização Financeira e Controle e Constituição e Justiça da Câmara fecharam um acordo para aglutinar em um só os diversos requerimentos que convocavam o ministro da Justiça.
Conversas reveladas
As mensagens, segundo o site The Intercept Brasil, foram trocadas entre 2015 e 2018 e obtidas a partir da invasão de aparelhos dos procuradores por hackers ainda não identificados. Quando as primeiras conversas foram reveladas, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou uma nota afirmando que a atuação dos integrantes do órgão foi “revestida de legalidade, técnica e impessoalidade”.
O presidente Jair Bolsonaro também tem defendido Sérgio Moro, desde que houve o vazamento dos áudios. “O Moro foi responsável, não por botar um ponto final, mas por buscar uma inflexão na questão da corrupção”, afirmou o líder do Planalto recentemente.