Moro defende Bolsonaro e cita atuação do governo em crise no Ceará

Ministro da Justiça e Segurança Pública usou o Twitter para rebater crítica às declarações do presidente sobre a região Nordeste

Felipe Moraes
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, usou o Twitter para defender o presidente Jair Bolsonaro das críticas que ele tem recebido após declarações polêmicas sobre o Nordeste. Na sexta (19/07/2019), o pesselista criticou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ao dizer que “dos governadores de ‘paraíba’, o pior é esse”. Moro afirmou que a região não sofre preconceito do governo federal. Para isso, citou atuação do presidente em crise de segurança no Ceará.

“Um testemunho”, começou Moro, na rede social. “Em janeiro, na crise de segurança do Ceará, o presidente Bolsonaro, na primeira semana de governo, não hesitou em autorizar o envio da Força Nacional e da Força de intervenção penitenciária e em disponibilizar vagas em presídios federais para as lideranças criminosas”, escreveu o ministro.

Moro disse que, mesmo o Estado sendo governado pelo PT, a liderança estadual atuou em conjunto com a federal e “a crise foi controlada em semanas”. “Nada mais do que a obrigação. Mas ilustra que o Nordeste tem sido tratado sem preconceito pelo governo federal. Afirmações diferentes não resistem aos fatos”, concluiu.

Repercussão

No sábado (20/07/2019), Bolsonaro relativizou a polêmica e disse que se tratou de “uma crítica em três segundos” e que a imprensa “fez uma festa” com a declaração. Ainda afirmou: “Eles, os governadores, são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo por meio da desinformação manipular eleitores nordestinos”.

As falas do presidente ressoaram no mundo político. Dino afirmou que estuda acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para denunciar Bolsonaro por racismo. Ciro Gomes (PDT) repudiou essa e outras declarações do presidente, chamando-o de “Magda das milícias”, em referência ao bordão da série de comédia Sai de Baixo. A cantora Alcione, maranhense, gravou um vídeo falando que o pesselista precisa respeitar o estado, os nordestinos e os brasileiros.

Em nota coletiva, governadores do Nordeste repudiaram a postura do pesselista. “Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia”, diz o comunicado.

A bancada maranhense na Câmara considerou a fala como “inaceitável”. “Na democracia, não é aceitável que um Presidente da República determine a um Ministro de Estado perseguição a um ente federado e, por consequência ao seu povo, por questões políticas”, destaca, em carta aberta.

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