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Loures intercedeu a favor de dona da JBS em disputa com a Petrobras

A empresa de Joesley reclamou à Superintendência-Geral do Cade um suposto abuso de poder da Petrobras em relação ao fornecimento de gás

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Petrobras – Petro – Gasolina – Combustivel – BR
1 de 1 Petrobras – Petro – Gasolina – Combustivel – BR - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A J&F Holding, que controla a JBS, conseguiu levar vantagem em uma disputa com a Petrobras após entregar a mala com R$ 500 mill para Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor do presidente Michel Temer. Essa acusação é uma das bases da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Loures e Temer. Ambos são acusados de corrupção passiva.

Segundo a PGR, a empresa comandada por Joesley Batista reclamou à Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômia (Cade) um suposto abuso de poder econômico da Petrobras em relação ao fornecimento de gás para a usina Âmbar, empresa que é o braço de energia da J&F Holding.

A superintendência aceitou a reclamação, em abril de 2016, segundo a Folha de S.Paulo, e abriu inquérito administrativo contra a Petrobras. Neste ano, Joesley teria solicitado a Loures que intercedesse junto ao Cade para resolver o problema. Em troca, o dono da JBS daria dinheiro.

Ainda de acordo com a denúncia, Loures teria ligado para o presidente do Conselho do Cade, Gilvandro Vasconcelos, que repassou o pedido. Segundo Joesley, o ex-assessor de Temer chamou os servidores do Cade de “nossos meninos”.

Após o pedido, a Âmbar solicitou que o Cade forçasse a Petrobras a entregar o gás que vem da Bolívia por US$ 4,40 por milhão de BTU, índice 2,5% acima do preço de custo da estatal. Dias depois, as duas empresas assinaram um contrato pelo preço de US$ 6,07 por milhão de BTU de gás.

A Âmbar aceitou o contrato por considerá-lo melhor. Por isso, Loures recebeu o combinado por Joesley, R$ 500 mil. No início de junho, antes da delação vir à tona, a Petrobras rescindiu o acordo unilateralmente.

Respostas
As empresas negaram interferência nas negociações do contrato. A Âmbar disse que desconhece qualquer pressão feita pela J&F junto ao Cade para que o negócio fosse resolvido.

A Petrobras emitiu nota dizendo que a empresa de Joesley apresentou “preços equivalentes ao custo de importação da Bolívia”. “A demanda foi enviada para análise pela área técnica da Petrobras, que manteve a posição de que as condições solicitadas eram inaceitáveis”.

Já o Cade afirma que não há irregularidades na autação da superintendência.

(Com informações de agências)

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