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Lava Jato diz a Lula que extraiu documentos do sistema de propinas da Odebrecht

Defesa do ex-presidente questionou, em petição ao juiz Sérgio Moro, provas de ação penal sobre supostos desvios da empreiteira

atualizado

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1 de 1 lula-840×577 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) informou ao juiz Sérgio Moro que extraiu os documentos solicitados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “diretamente de cópia dos discos rígidos” ligados ao sistema Drousys, fornecidos pela Odebrecht. Os advogados do petista haviam pedido os originais de uma papelada anexada à ação sobre supostas propinas do grupo para o ex-presidente na Operação Lava Jato.

O Drousys é o sistema de comunicação secreto do setor de propinas da empreiteira. A Odebrecht fechou acordo de colaboração com a Procuradoria-Geral da República e 77 executivos da empreiteira fizeram delação premiada.

“Informa o Ministério Público Federal que os documentos, como já exposto diversas vezes, foram extraídos diretamente de cópia dos discos rígidos relacionados ao sistema Drousys, fornecidos pela Odebrecht S/A., que se encontravam armazenados em servidor localizado na Suécia”, afirmou a Procuradoria-Geral da República.

Nesta ação penal, o petista é acusado de receber vantagens indevidas, que incluiriam um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e uma cobertura vizinha a sua residência, em São Bernardo, de R$ 504 mil.

A defesa de Lula questionou três documentos anexados ao processo e pediu “a realização de exames grafoscópico e documentoscópico”.

Os advogados contestaram uma ordem de pagamento que teria duas versões, “uma, com apenas uma assinatura, e outra, com duas”. Os defensores querem saber se os documentos contestados são os mesmos e se há, de fato, mais de uma versão.

Um papel com comentários manuscritos também foi alvo da defesa de Lula, que apontou a existência de mais de um “tipo de letra” no documento. “São anotações a tinta e efetuadas com dois tipos de caligrafia, que não tiveram os autores identificados”, relatam os defensores.

Os criminalistas querem saber se “a inscrição ‘P. Melo’ foi inserida posteriormente às anotações em tinta azul, em que momento foi realizada essa inserção e, ainda, se o sr. Paulo Melo subscreveu esse documento”.

O terceiro documento na mira dos defensores do petista é um e-mail com “inscrições manuscritas” apresentado por Marcelo Odebrecht.

“Constata-se que foram juntados, por Marcelo Odebrecht, diversos documentos com anotações e grifos. Não é possível aceitar que documentos desta natureza sejam agregados aos autos sem que se verifique, criteriosa e cuidadosamente, sua idoneidade”, contesta a defesa.

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