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Justiça solta presidente do PSDB-GO, aliado de Perillo

Afrêni Gonçalves foi preso pela Operação Decantação, a Lava Jato do Cerrado, sob suspeita de envolvimento em um amplo esquema de desvio de recursos da estatal do governo Marconi Perillo (PSDB) para financiamento de partidos

atualizado

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1 de 1 afreni - Foto: Reprodução

A Justiça Federal de Goiás soltou o presidente regional do PSDB, Afrêni Gonçalves, o presidente afastado da Saneago (Saneamento de Goiás), José Taveira Rocha, e o diretor de Gestão Corporativa da companhia, Robson Salazar. Os executivos haviam sido presos temporariamente por cinco dias pela Operação Decantação, a Lava Jato do Cerrado, sob suspeita de envolvimento em um amplo esquema de desvio de recursos da estatal do governo Marconi Perillo (PSDB) para financiamento de partidos.

A operação foi deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 24, investiga o Esquema Saneago. A empresa teria bancado partidos com recursos do PAC, do BNDES e da Caixa, além da quitação de dívidas de campanha da reeleição de Perillo, em 2014 Os desvios, segundo a PF, chegaram a R$ 4,5 milhões.

Os três alvos da Decantação foram soltos no início da manhã desta segunda-feira, 29.

Fora da prisão, Afrêni Gonçalves, que era diretor de Expansão da Saneago, terá de cumprir medidas impostas pela Justiça. O presidente do PSDB Goiás não poderá manter contato com outros investigados nem mesmo por meio de redes sociais, por telefone, e-mails e meios telemáticos. Ele terá de se afastar da direção da Saneago e está proibido de acessar as dependências da empresa pelo prazo de 120 dias. As mesmas medidas valem para José Taveira Rocha e Robson Salazar.

Os três executivos caíram em grampos da PF na Lava Jato do Cerrado. Em uma conversa capturada, Afrêni supostamente negocia dívida de campanha de 2014 ao governo do Estado. Valores da Saneago teriam bancado despesas eleitorais com a Gráfica Moura.

No diálogo interceptado pela Federal, em 25 de setembro de 2015, Afrêni fala com um interlocutor identificado como ‘Cesário’ – José Cesário Lopes, da Gráfica Moura -, que cobra o pagamento de uma dívida da campanha para o governo em 2014, quando o tucano Marconi Perillo foi reeleito – ele está em seu quarto mandato.

Cesário cobrava ‘parte e/ou totalidade’ de R$ 412 mil que seriam devidos à gráfica pela campanha. No grampo da PF, Afrêni informa que o pagamento ‘acontecerá tão logo surja a disponibilidade’.

Em outro diálogo interceptado entre o empresário e o presidente da Saneago, os dois conversam sobre uma dívida de campanha de cerca de R$ 400 mil de Perillo, em 2014. Naquele ano, o tucano foi reeleito para seu quarto mandato no Estado.

“É negócio do governador, da campanha”, crava Cesário no diálogo interceptado pela PF, em 7 de outubro de 2015, na Operação Decantação.

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