Haddad diz ser grave relação de Flávio Bolsonaro com milicianos
O candidato derrotado nas últimas eleições cobrou explicação da família Bolsonaro em entrevista
atualizado
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O candidato derrotado do PT à Presidência da República Fernando Haddad classificou como “para além de grave” a relação da família Bolsonaro com milicianos, incluindo suspeitos de participação na morte de Marielle Franco. O ex-prefeito de São Paulo está na Europa para participar de eventos políticos e concedeu entrevista para o Blog do Sakamoto, na terça-feira (22/1) à noite.
Haddad lembrou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já defendeu a atividade de milicanos anteriormente — em discurso na Câmara Legislativa e em recente entrevista durante as eleições presidenciais.
“Tentaram legalizar a atividade em 2007 ou 2008. O presidente baixou um decreto para facilitar a aquisição de arma, já anunciou que vai descomplicar o porte. Para onde tudo isso conduz? Para a legalização das milícias e privatização da segurança pública?”, questionou durante a entrevista.
A relação do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) com os milicanos veio à tona após ações da Operação Os Intocáveis na terça-feira. Um dos policiais com mandado de prisão, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio entre 2003 e 2005, após proposta do ex-deputado federal. A mãe e a mulher dele também trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro até novembro de 2018.
Patrimônio
Sobre as notícias de movimentações financeiras suspeitas relacionadas à família, o político disse que toda essa situação é muito ruim. “Eles não conseguiram explicar, até hoje, a evolução patrimonial. Como conseguiram angariar algo em torno de R$ 15 milhões apenas em patrimônio imobiliário. Transações financeiras, uso de assessores, tudo isso é muito nebuloso”.
“Como é que alguém que manuseou R$ 7 milhões, em três anos, pode ter pedido um empréstimo de R$ 40 mil?”, questionou, em referência às movimentações financeiras feito pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Haddad também falou de outros temas em alta, como a reforma da previdência, a proteção do meio ambiente e a imagem do Brasil em um cenário internacional. “A pauta fundamentalista também preocupa e causa apreensão nos democratas em geral”, concluiu.