Gleisi Hoffmann exagera no valor gasto pelo TRF-4 com publicidade
Senadora e presidente do PT tem criticado órgão que confirmou a condenação do ex-presidente Lula em segunda instância
atualizado
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Uma semana depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), partiu para o ataque contra os juízes. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a petista defendeu a candidatura de Lula e falou sobre o tribunal, a Lava Jato e o governo Temer. A Lupa conferiu algumas das frases ditas por ela. Confira a checagem:
“É um absurdo o TRF-4 ter gasto R$ 14 milhões em publicidade e comunicação em 2017”
Senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, em entrevista à Folha, no dia 28 de janeiro
Procurado para comentar, o PT encaminhou três tabelas extraídas do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). A soma delas chegaria ao total citado por Gleisi (veja aqui, aqui, aqui). O partido somou ao total de “gastos em publicidade e comunicação” duas outras rubricas: “produções jornalísticas” e “serviços de áudio, vídeo e foto” . O Contas Abertas atesta, no entanto, que essa soma é equivocada. O PT estaria contabilizando duas vezes os mesmos valores de “saldo”.
Três empresas apareceram no levantamento feito pelo PT, mas nenhuma presta serviços de publicidade. São elas: Ismael Ferreira Vilela ME; HD Vídeo Produtora e Consultoria Ltda; e CWA Assessoria e Monitoramento de Áudio e Video EPP. As duas primeiras atendem ao setor de Comunicação Social do TRF-4, mas não prestam serviços de publicidade. Segundo o Tribunal, trabalham no programa Via Legal, exibido na TV Justiça, e são responsáveis pela filmagem das sessões do Tribunal. A terceira é responsável pelos serviços de clipping do TRF-4. Juntas, elas receberam R$ 1,1 milhão em 2017.
A pedido da Lupa, o TRF-4 detalhou os gastos de 2017 com “material para divulgação, serviços de comunicação em geral e serviços de publicidade legal”. O maior deles foi com os Correios (R$ 514,4 mil). O Fundo de Imprensa Nacional recebeu R$ 46 mil, e a empresa RBS, que controla do jornal Zero Hora, R$ 7,7 mil.
O PT declinou de comentar pela segunda vez.
“A vacina da febre amarela está faltando porque o Temer cortou o orçamento”
Senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, no Twitter, no dia 28 de janeiroO Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para investigar possível falta de vacina de febre amarela e apurar eventuais responsabilidades da prefeitura e do governo estadual, mas ainda não há conclusões sobre isso.
Levantamento feito pelo jornal O Globo no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo constatou, por sua vez, que, em relação a 2016, houve um contingenciamento de 33% nos repasses federais para tratar emergências epidemiológicas. No início do ano, o Ministério da Saúde anunciou uma campanha de vacinação, com doses fracionadas, para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, já afirmou que “não se trata de falta de vacinas”, mas da necessidade de “manter um estoque estratégico” ante novos focos da doença. A medida está de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Léo Pinheiro teve a pena bem reduzida pelo doutor Gebran”
Senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, no Twitter, em 24 de janeiroNo dia em que o TRF-4 aumentou a pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, analisou recursos apresentados por outros seis réus. Entre eles, Léo Pinheiro. O ex-presidente da OAS tinha sido condenado pelo juiz Sérgio Moro a dez anos e oito meses de prisão, sendo dois anos e meio em regime fechado, mas teve a pena reduzida para cerca de um terço.
O desembargador Gebran Neto (foto acima) determinou que o executivo cumprisse três anos, seis meses e 20 dias em regime semiaberto. A indenização devida também caiu. Em primeira instância, Pinheiro foi condenado a pagar 210 dias-multa. Agora, são 70 dias-multa. Cada dia-multa equivale a cinco salários mínimos vigentes na data do último fato criminoso.
*Por Leandro Resende, Hellen Guimarães