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Funaro sobre Cunha: “tinha medo que eu explodisse” na CPI dos Correios

O operador financeiro ainda disse que omitiu informações da delação premiada de 2005 para poupar mandato do então deputado federal

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
eduardo cunha
1 de 1 eduardo cunha - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Primeiro delator no caso do Mensalão, o operador financeiro Lúcio Funaro disse em depoimento, nesta terça-feira (31/10), que omitiu informações em 2005 para poupar o mandato do então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Funaro ainda revelou que Cunha sabia, desde o primeiro momento, do acordo firmado por ele com o Ministério Público Federal e “tinha medo” que Funaro “explodisse” durante a CPI dos Correios.

O operador deu detalhes da primeira colaboração no âmbito da ação penal da qual é réu, na 10ª Vara Federal do DF, ao lado do ex-presidente da Câmara e de outras três pessoas. Eles são acusados de participar de um esquema para liberação de recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.

Durante o interrogatório, Funaro afirmou que Cunha sabia “desde o primeiro dia” que ele iria fechar delação premiada com o MPF. Segundo o operador, uma noite antes de depor na CPI dos Correios, o então deputado foi à casa de um amigo de Funaro. Cunha estava acompanhado de advogados que o auxiliaram no acordo. No encontro, o grupo discutiu como seriam as declarações de Funaro à comissão.

“Ele [Eduardo Cunha] ficou louco porque o ministro Joaquim Barbosa [à época, relator do Mensalão no Supremo Tribunal Federal] não tinha dado HC [habeas corpus] para que eu permanecesse em silêncio durante o depoimento. E ele tinha medo que eu explodisse durante a oitiva”, contou. Em outro momento, antes da revelação, Funaro admitiu ter um temperamento difícil: “Sou uma pessoa de pavio curto.”

Veja trecho do depoimento:


Mão de ferro

Ainda na audiência, Lúcio Funaro chegou a rebater acusações de que teria furtado anexos da proposta de delação de Eduardo Cunha dentro da Procuradoria-Geral da República. “Isso aí só pode passar na cabeça de uma pessoa que tem apoteose mental”, criticou, exasperado.

Todas as vezes que eu fui na Procuradoria, fui tratado da maneira mais severa possível. Os procuradores se comportaram comigo não querendo fazer minha delação, por conta do passado. Foi-me imposta uma multa altíssima

Lúcio Funaro, operador financeiro

Sobre o acordo de colaboração premiada, o delator disse que resolveu “ceder” porque prefere “não ter nada e ter paz, do que ter tudo e não ter paz”.

Detector de mentiras
No fim do depoimento, Funaro lançou uma provocação a Cunha. O operador pediu ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, que conduzia a audiência, para submetê-lo a um teste de polígrafo, com o objetivo de provar que não seria “mentiroso”.

“Se quiser me colocar em um polígrafo para fazer um teste, eu e o deputado Eduardo Cunha, estou à disposição. Porque parece que, toda vez que acaba uma audiência, ele sai daqui e fala que eu sou um mentiroso”, disse.

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