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“Estou desempregado”, diz Tasso. Para Aécio, destituição foi legítima

Durante entrevista na quinta-feira (9/11), os senadores se posicionaram sobre o afastamento de Jereissati

atualizado

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Marcelo Camargo/Estadão
Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Brasília – DF 25/04/2016
1 de 1 Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Brasília – DF 25/04/2016 - Foto: Marcelo Camargo/Estadão

O senador Tasso Jereissati (CE), destituído da Presidência interina do PSDB, disse, durante entrevista na tarde de quinta-feira (9/11), que o motivo pelo qual o presidente licenciado da legenda, Aécio Neves (MG), o tirou do cargo são diferenças “profundas” e “irreconciliáveis” de comportamento ético, político, visão de governo e fisiologismo entre eles.

“Estou desempregado”, ironizou o cearense, durante entrevista coletiva a jornalistas em seu gabinete no Senado.

Tasso afirmou que Aécio não disse de onde partia a pressão que alegava sofrer para tomar a decisão de tirá-lo do cargo de interino. Mas, no seu entender, houve influência do governo Michel Temer. Tasso defende o desembarque tucano do governo, com entrega dos quatro ministérios que o PSDB ocupa (Cidades, Relações Exteriores, Governo e Direitos Humanos). Aécio prefere manter a adesão a Temer.

O senador também negou que vá se desfiliar “independente do que aconteça”. “O PSDB desses caras não é o meu PSDB”, afirmou. “Não é do Fernando Henrique, do Mario Covas, do Zé Richa, do Franco Montoro. Não é esse PSDB que está aí”, acrescentou Jereissati.

Discussão
Tasso e Aécio tiveram uma discussão dura antes do anúncio de que o senador cearense seria destituído da Presidência do partido. O tucano mineiro pediu ao colega, na conversa, que renunciasse ao cargo para que houvesse “isonomia” na disputa – um novo presidente da legenda será eleito durante convenção marcada para dezembro e Tasso é pré-candidato, assim como o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Em conversa recente, Marconi Perillo disse ao senador cearense que aceitaria abrir mão caso o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fosse indicado para o cargo. Outra opção debatida entre os tucanos é o governador Geraldo Alckmin ser ungido presidente do PSDB. Dessa forma, ele teria mais flexibilidade para articular sua pré-campanha presidencial.

Frente o pedido de renúncia feito por Aécio, Tasso Jereissati teria, então, segundo relato de aliados, respondido em tom duro: “Você prorrogou seu mandato de presidente do partido sem consultar a executiva”. Tasso Jereissati teria dito ainda que não renunciaria e, diante do posicionamento, Aécio o avisou que, com base no estatuto, determinaria sua destituição.

Segundo interlocutores, Tasso Jereissati conversou por telefone com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria demonstrado “perplexidade” com a decisão de Aécio. O ex-presidente interino recebeu telefonemas de tucanos de vários estados, entre eles, do governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Decisão necessária
Também nesta quinta, o senador Aécio Neves afirmou que a sua decisão foi “absolutamente legítima”, “natural” e “necessária” para garantir a isonomia da eleição da nova Executiva.

“Nos meus quase 30 anos de militância no PSDB, sempre agi pela unidade do partido, isso é incontestável, e sempre com enorme responsabilidade. A mesma responsabilidade que me fez indicar o senador Tasso Jereissati para cumprir adequadamente essa interinidade, como ele cumpriu, me fez, agora, nomear o ex-governador Alberto Goldman”, defendeu Aécio a jornalistas.

 

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