“Esquece o PSL, tá ok? Esquece”, diz Bolsonaro a apoiador

O chefe do Palácio do Planalto disse ainda que o presidente da sigla, Luciano Bivar, está "queimado para caramba"

Manoela Albuquerque
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse para um apoiador do Recife (PE), que se identificou como pré-candidato pelo PSL, para esquecer o partido. O chefe do Executivo pediu ainda para que apagasse um vídeo que vincularia a imagem dele ao presidente nacional da sigla, Luciano Bivar.

“Esquece o PSL, tá ok? Esquece”, cochichou o presidente da República no ouvido do rapaz ao deixar o Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (08/10/2019).

Mesmo depois de ser repreendido, o apoiador fez um vídeo: “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife”, gravou. “Ô, cara, não divulga isso não. O cara está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme. Esquece esse cara, esquece o partido”, respondeu Bolsonaro.

Uma mulher que acompanhava o pré-candidato disse que atenderia à exigência. “Não? Então, apaga. A gente vai apagar”, garantiu ela. Em seguida, o homem filmou uma nova mensagem, sem o nome de Bivar: “Viva o Recife, eu e Bolsonaro”, declarou.

O vídeo foi gravado no Palácio da Alvorada, em local ao qual a imprensa não tem acesso, e divulgado pelo canal no YouTube “Cafezinho com pimenta” (veja abaixo), mantido por um apoiador do presidente.

O PSL, partido ao qual Bolsonaro é filiado, é suspeito de ter lançado candidaturas laranja nas eleições de 2018. Na última semana, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais por crimes relacionados ao caso.

Um áudio do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno supostamente enviado ao presidente da República, que veio à tona em fevereiro, diz que Luciano Bivar foi o responsável pela candidatura forjada em Pernambuco.

Em pronunciamento à imprensa na noite dessa segunda-feira (07/10/2019), o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, negou que haja intenção do mandatário do Brasil de trocar de partido, mesmo diante da repercussão da história.

“Não há da parte do presidente, agora, nenhuma formulação com relação a uma suposta transição do partido”, disse.

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