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Em meio a crise, Temer levará acordos aos russos nesta segunda (19/6)

Na Noruega, o presidente vai discutir sobre meio ambiente com o rei Harald 5º, a primeira-ministra e com o presidente do Parlamento do país

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Michel Temer
1 de 1 Michel Temer - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com a intenção de transmitir normalidade em meio ao acirramento da crise política, o presidente Michel Temer (PMDB) embarca nesta segunda-feira (19/6), às 14h30, para uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega. Na pauta, a busca por comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso, que reduzem áreas de preservação ambiental.

Temer anunciará em Moscou a entrada em vigor de um acordo que evita a dupla tributação entre os dois países. “Esse acordo foi assinado em 2004, mas só passou no Congresso em maio”, diz o gerente executivo de Comércio Exterior da CNI, Diego Bonomo. Temer também pretende assinar outro acordo, ligado a investimentos e facilitação de comércio.

Os russos buscam equilibrar a balança comercial, historicamente favorável ao Brasil. “Eles querem abertura do Brasil para trigo, peixes e frutas, para prosseguir abrindo espaço para carnes”, afirmou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que está na Ásia e não acompanhará Temer. Em 2016, o Brasil respondeu por 60% das importações russas de proteína animal.

Temer vai também “vender” projetos de concessão em infraestrutura. Os russos já indicaram interesse em operar a Ferrovia Norte-Sul, que deve ir a leilão em fevereiro. Serão ainda oferecidas oportunidades em óleo e gás, como as áreas de exploração de petróleo a serem leiloadas em setembro.

Meio ambiente
O avanço do desmatamento e a aprovação, pelo Congresso, de duas medidas provisórias que reduzem as áreas de proteção ambiental na Amazônia e aguardam a sanção presidencial, deverão estar no centro das reuniões de Temer na Noruega, com o rei Harald 5º, a primeira-ministra Erna Solberg e com o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen.

A Noruega é a maior financiadora do Fundo Amazônia, que mantém 89 projetos de combate ao desmatamento, regularização fundiária e gestão territorial de terras indígenas. O país já aportou nele R$ 2,8 bilhões.

A estatal norueguesa Statoil tem investimentos em exploração de petróleo no Brasil e Temer também deverá oferecer a ela as áreas a serem leiloadas.

Mas, tanto lá quanto na Rússia, deverá ser questionado sobre a prorrogação do Repetro, programa que suspende a cobrança de impostos nos projetos de exploração de óleo e gás.

A Noruega integra, com a Suíça, a Islândia e o Liechtenstein, um bloco de livre comércio chamado Efta, com o qual o Mercosul negocia um acordo similar. A primeira rodada de entendimentos ocorreu semana passada, em Buenos Aires.

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