Em busca de argumentos, Eduardo Bolsonaro lista embaixadores políticos de Lula e FHC

O deputado foi indicado pelo pai ao cargo de embaixador em Washington, apesar de não ter carreira diplomática

Larissa Rodrigues ,
Hugo Barreto
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Durante sessão da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (12/07/2019), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), enquanto era discutida a reforma da Previdência – principal pauta do governo de seu pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) –, tinha a atenção voltada para seu telefone celular. Citando ex-presidentes, ele levantou nomes de outros não diplomatas que assumiram o cargo de embaixador. O Metrópoles registrou o texto que o parlamentar digitava em seu celular, com nomes de políticos como o ex-presidente Itamar Franco, o ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen, José Aparecido Oliveira e Oswaldo Aranha. Eles atuaram como representantes brasileiros em outros países, apesar de não terem tido carreira diplomática no Itamaraty.

Ao lado dos nomes dos políticos, vinha a inscrição do presidente que os indicou: Itamar Franco, FHC e Lula. Com isso, Eduardo Bolsonaro enumerava argumentos para defender o seu pleito de assumir a embaixada brasileira em Washington. O registro foi um flagra exclusivo do repórter fotográfico do Metrópoles Hugo Barreto.

Nessa quinta-feira (11/07/2019), Jair Bolsonaro defendeu o nome de Eduardo para assumir a principal representação diplomática do país nos Estados Unidos. A indicação recebeu críticas sobretudo pelas ligações familiares e pela falta de experiência do deputado.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Eduardo completou 35 anos um dia antes da indicação – idade mínima para um brasileiro assumir representação diplomática no exterior.

Em coletiva de imprensa, o deputado disse que estaria disposto a renunciar ao cargo parlamentar se recebesse a indicação. “Acho que a sabatina é um ato preparatório para uma possível nomeação. Como está tudo na esfera da expectativa, acho que não há necessidade de sair do mandato neste momento, no máximo, talvez, uma licença.” Para assumir a embaixada, além de abrir mão de ser deputado, o filho do presidente precisa ter o nome aprovado pelo Senado Federal.

 

Entenda
Ao citar os tributos que credenciariam o filho à vaga, o presidente já havia dito a jornalistas que Eduardo “é amigo dos filhos do Trump, fala inglês, fala espanhol, tem vivência muito grande de mundo”. Já o possível futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos, disse, nesta sexta-feira (12/07/2019), que tem o apoio do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para assumir o posto diplomático, considerado o mais importante e disputado.

Em entrevista, Eduardo afirmou que seu nome é cogitado para a vaga não apenas por ser filho do presidente da República mas também pela sua experiência, como presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, ter feito intercâmbio e até mesmo fritado hambúrguer nos Estados Unidos.

 

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