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Doria erra ao citar ‘forte’ investimento na Guarda Metropolitana

Tucano participou da sabatina SBT/Folha/UOL e defendeu sua gestão à frente da prefeitura de São Paulo

atualizado

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Rafael Arbex/Agência Estado
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1 de 1 COLETIVA_ONIBUS - Foto: Rafael Arbex/Agência Estado

João Doria, ex-prefeito e atual pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, participou na manhã de segunda-feira (11/06) da sabatina SBT/Folha/UOL. Veja a seguir o resultado das checagens feitas pela Lupa:

“Investimos fortemente para reequipar e melhorar a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo”
João Doria, ex-prefeito da capital paulista e pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, em sabatina feita pelo SBT/Folha/UOL no dia 11 de junho de 2018

O Portal de Transparência da Prefeitura de São Paulo mostra que, em 2017, único ano completo de João Doria como prefeito, o investimento feito pelo município na Guarda Civil Metropolitana (GCM) foi menor do que o registrado nos quatro anos anteriores. Considerando apenas rubricas que citam a GCM diretamente, o gasto total do ano passado foi de R$ 18,3 milhões. O investimento, de R$ 60,8 mil.

Se considerado o orçamento global da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, o gasto total – de R$ 465,9 milhões – foi inferior aos R$ 487 milhões de 2016 (em valores corrigidos). O investimento – de R$ 640,6 mil – foi, por sua vez, o menor dos últimos cinco anos. Na análise foram considerados os valores efetivamente pagos.

Procurado, Doria não retornou.

“A Cúria Metropolitana foi quem propôs [a farinata]”
João Doria, ex-prefeito da capital paulista e pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, em sabatina feita pelo SBT/Folha/UOL no dia 11 de junho de 2018

A farinata, alimento feito a partir de produtos com datas críticas de vencimento ou fora do padrão de comercialização, foi, na verdade, uma iniciativa da Plataforma Sinergia – entidade que dizia estudar formas de combater à fome. A farinata ganhou destaque nacional em 8 de outubro de 2017, quando o ex-prefeito João Doria sancionou o projeto de lei 550/2016, do vereador Gilberto Natalini, autorizando que o produto integrasse o projeto Alimento para Todos. Segundo a prefeitura, a farinata seria entregue “às famílias que enfrentam carências nutricionais no município”. Para oposição, tratava-se de “ração humana”. Na época, diante da polêmica, o cardeal Odilo Pedro Scherer deu entrevistas e disse que a Arquidiocese de São Paulo apenas apoiava a Plataforma Sinergia.

Procurado, Doria não retornou.

“Não recebi recursos [de campanha] da JBS, nem da Odebrecht, nem de nenhuma construtora”
João Doria, ex-prefeito da capital paulista e pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, em sabatina feita pelo SBT/Folha/UOL no dia 11 de junho de 2018

prestação de contas que Doria fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2016, único ano em que disputou um cargo eletivo, mostra que nem a JBS, nem a Odebrecht, nem qualquer empreiteira envolvida com a Operação Lava Jato doou para sua campanha. Mas, essa frase poderia valer para qualquer outro candidato nas eleições daquele ano, tendo em visto que, em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu que empresas fizessem doações eleitorais.

O maior doador de Doria em 2016 foi ele próprio, contribuindo com R$ 4,4 milhões. Seu partido, o PSDB, entrou com R$ 3,5 milhões, enquanto outras 13 pessoas físicas, todas doando mais do que R$ 100 mil, cederam R$ 1,9 milhão para o então candidato a prefeito. No total, ele arrecadou R$ 12,4 milhões.

Procurado, Doria não retornou.

“Os ônibus articulados e biarticulados da prefeitura de São Paulo já estão previstos para ter câmeras de segurança”
João Doria, ex-prefeito da capital paulista e pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, em sabatina feita pelo SBT/Folha/UOL no dia 11 de junho de 2018

Em abril deste ano, a Prefeitura de São Paulo lançou um edital para licitar o transporte público da cidade e ele de fato prevê que os ônibus articulados e biarticulados terão circuito fechado de televisão. Isso aparece no detalhamento dos padrões técnicos que os novos veículos precisam obedecer. Mas essa licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Município na última semana – e não há previsão para que ela seja reaberta. Após auditoria, o tribunal apontou 51 irregularidades e 20 impropriedades no edital. Entre elas, está a indicação de que o valor atribuído para instalação das câmeras é 13% superior à média entre os valores cotados. Vale ressaltar que essa licitação se arrasta desde 2015, quando o TCM fez os primeiros apontamentos de irregularidades no edital.

Procurado, Doria não retornou.

“Participei de prévias [no PSDB] (…) venci com 80,26% dos votos”
João Doria, ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, em sabatina feita pelo SBT/Folha/UOL no dia 11 de junho de 2018

Em março de 2018, Doria foi escolhido candidato do PSDB ao governo de São Paulo nas prévias do partido. Ele obteve 11.993 votos entre os filiados, o que representa 80,02% do total. Seus adversários Floriano Pesaro, Luiz Felipe D’Ávila e José Aníbal tiveram, respectivamente, 7,31%, 6,59% e 5,98% dos votos.

Editado por: Cristina Tardáguila e Natalia Leal

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