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Deputada passa a andar com seguranças após ameaça de adversário em RR

Shéridan Oliveira (PSDB-RR) denunciou na Polícia Federal o presidente da Assembleia Legislativa de seu estado, Jalser Renier (SD)

atualizado

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Marcos Oliveira/Agência Senado
Plenário do Congresso – Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz 2015
1 de 1 Plenário do Congresso – Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz 2015 - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a deputada Shéridan Oliveira (PSDB-RR) está acompanhada desde a quarta-feira (14/2) por uma equipe de seguranças da Câmara dos Deputados. Por se sentir ameaçada, a deputada denunciou na Polícia Federal o presidente da Assembleia Legislativa de seu Estado, Jalser Renier (SD), após receber mensagens do celular do parlamentar.

A tucana conta que após reunião na última segunda-feira (12) com o presidente Michel Temer para tratar da crise humanitária envolvendo os venezuelanos em Roraima, postou em suas redes sociais um comentário sobre o encontro. “4 horas de reunião e ouvindo tudo que eu já ouvi e dizendo tudo que já disse e pedindo tudo que todos sabem que precisamos. Depois conto nos vídeos as pérolas que ouvi, até fã o presidente tinha lá…. Meu Deus!”, escreveu a mensagem.

Logo após a publicação, a deputada federal recebeu uma sequência de mensagens via WhatsApp do celular do presidente da Assembleia local. “Me respeita. Vou te ensinar a respeitar homem!!!”, diz o texto. “Pérola é você que não faz nada pelo estado e nem por ninguém!! Comprou briga com o cara errado!!! Espera que você vai ver!!! Vou te mostrar o que tu é aqui”, completa.

No mesmo dia, Shéridan — que faz oposição ao governo local e ao presidente da Assembleia – procurou a PF para formalizar a queixa. Na ocasião, segundo a deputada, foi orientada a cancelar sua agenda pública e a manter sua família em casa. “Eu me senti realmente ameaçada. Há um componente machista muito claro quando ele diz que vai me ensinar a respeitar homem”, concluiu a tucana

A deputada afirma que Renier é uma figura política temida no Estado, “acima do bem e do mal”. “Nunca precisei andar com segurança, mas me senti vulnerável nesta situação. Estou há dois dias sem dormir”, disse. Renier está em viagem e com o celular desligado.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o deputado diz lamentar a situação, mas não nega que escreveu as mensagens. “Em resposta à notícia de que a senhora Deputada Shéridan Oliveira acionou a Polícia Federal por suposta ameaça feita por mim a sua integridade física, esclareço que tal medida em nada se justifica. Acredito que a ilustre deputada esteja passando por um momento político difícil, e lamento que tenha utilizado trecho de uma conversa política mais acalorada para criar um factoide político. Lamento ainda pelo mal entendido ocorrido e me coloco à inteira disposição para outros”, declara.

Nesta quinta (15), Shéridan passou o dia acompanhada por seguranças. A Câmara não informou quantos policiais legislativos farão a escolta diária e por quanto tempo.

Qualquer parlamentar que se sentir ameaçado pode solicitar à Presidência da Câmara dos Deputados a escolta dos policiais legislativos. Já pediram proteção os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Fausto Pinato (PP-SP).

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