Delegado Waldir: “STF tem que tomar cuidado, não é mais inatingível”
Líder do PSL na Câmara, o parlamentar criticou a atitude do ministro Gilmar Mendes de liberar para julgamento recurso do ex-presidente Lula
atualizado
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O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), criticou a atitude do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de liberar para julgamento recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que levanta a suspeição do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.
Para o deputado, a liberação da matéria na semana em que foram divulgados diálogos de Moro com o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, demonstra comportamento “seletivo” do ministro e da própria Corte.
“Depois o Supremo não quer ser cobrado pela sociedade. É uma justiça seletiva na defesa de alguns políticos. O STF tem que tomar cuidado, ele não é mais inatingível. Hoje, a sociedade está de olho nele. O Senado e a Câmara estão de olho no STF”, disse o deputado ao Metrópoles.
O parlamentar referiu-se às manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) que pediram, entre outros assuntos, o fechamento do Congresso e do STF. “Depois não reclame que a sociedade está ao redor do STF se manifestando contra os ministros”, atacou. Ao citar Gilmar Mendes, recordou as críticas enfrentadas pelo ministro em Portugal. “Depois, o ministro não reclame que está sendo abordado em Portugal e no Brasil. Cada um é responsável pelos seus atos e pelas suas decisões”, declarou.
Para o delegado Waldir, não há nenhuma irregularidade nos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil entre o ministro Sergio Moro, quando ele ainda era juiz, e Dallagnol. O congressista minimizou a ideia de que Moro teria julgado com parcialidade processos contra o ex-presidente Lula.
“A colaboração entre juiz, promotor e delegado sempre existiu e sempre vai existir. Ela é clara, inequívoca, não é nos bastidores, não rola dinheiro, não rola bandidagem”, finalizou.