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Com saída de senadores eleitos governadores, bancada evangélica avança

Gladson Camelli (PP-AC) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), deixarão o Congresso, e em seus lugares, assumem políticos ligados a igrejas

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016
1 de 1 Plenário do Senado Federal – Brasília(DF), 10/05/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A renúncia dos senadores Gladson Camelli (PP-AC) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), eleitos governadores em primeiro turno, reforçará a bancada evangélica. Camelli e Caiado, que renunciam a um mandato de oito anos ainda pela metade, deixarão os cargos a políticos ligados a movimentos neopentecostais, apesar de as chapas terem sido eleitas com um discurso mais próximo à chamada “bancada do boi”.

Em 2019, uma das cadeiras acreanas no Senado passará para a suplente Mailza Gomes (PP), ligada à Assembléia de Deus. Ela é mulher de James Gomes, condenado em julho por improbidade administrativa no período em que comandava a prefeitura do município de Senador Guiomard, no Acre, sob a alegação de contratações irregulares de servidores públicos entre 2009 e 2015.

Já o mandato de Caiado será assumido por Luiz Carlos do Carmo (MDB), ex-deputado estadual e financiador da campanha da chapa. Carmo é irmão do pastor Oídes José do Carmo, um dos líderes evangélicos mais influentes de Goiás.

Mailza Gomes e Luiz Carlos do Carmo farão parte da chamada “bancada da Bíblia” com outros sete senadores, todos estreantes da Casa. Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), é deputado estadual; Mecias de Jesus (PRB-RR), também. Zequinha Marinho (PSC-PA), por sua vez, exerce o cargo de vice-governador do Pará.

Completarão a bancada evangélica da Casa políticos que estavam na Câmara Federal: Arolde de Oliveira (PSD-RJ), Eliziane Gama (PPS-MA), Major Olímpio (PSL-SP) e Marcos Rogério (DEM-RO).
Já os dois parlamentares que atualmente representam as Igrejas no Senado não terão mandato em 2019: Walter Pinheiro (sem partido-BA) preferiu não disputar as eleições, enquanto Magno Malta (PRB-ES) tentou se reeleger, sem sucesso.

Candidatura em meio de mandato é frequente
Não apenas Camelli e Caiado se lançaram a outros cargos nas eleições de domingo: além deles, outros 14 senadores eleitos em 2014 para um mandato de oito anos estavam nas urnas, dispostos a deixar os cargos para os suplentes.

Fátima Bezerra (PT-RN) também foi eleita governadora de seu estado. Ela será substituída pelo também petista Jean-Paul Prates, considerado um “estranho no ninho do partido”, por suas posições econômicas mais liberais. Prates não é ligado às chamadas “bancadas BBB” – boi, bala e Bíblia.
Os senadores em meio de mandato que foram candidatos e não obtiveram sucesso nas urnas, por sua vez, seguem com seus trabalhos no Congresso até o fim dos mandatos, em 2022.

É o caso, por exemplo, de Kátia Abreu (PDT-TO) e Álvaro Dias (Pode-PR), derrotados, respectivamente, para os cargos de vice-presidente e Presidente da República nestas eleições, em diferentes chapas. A parlamentar retornará para a bancada do Tocantins ao lado de seu filho, Irajá Abreu, eleito no último dia 7 o senador mais jovem da história.

Outros 10 senadores disputaram os governos de seus estados, mas sequer chegaram ao segundo turno. São eles: Omar Oziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Rose de Freitas (PODE-ES), Roberto Rocha (PSDB-MA), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Rocha (PT-PA), José Maranhão (MDB-PB), Elmano Férrer (PODE-PI), Romário (PODE-RJ) e Telmário Mota (PTB-RR).

Com a palavra, o senador Ronaldo Caiado
A assessoria do senador Ronaldo Caiado não quis dar declarações. Apesar de seu suplente, Luiz Carlos do Carmo, ter sido eleito na mesma chapa e programa de governo, a equipe do governador eleito de Goiás preferiu não opinar sobre a transição de mandato. O espaço está aberto para manifestações.

Com a palavra, o senador Gladson Camelli
Gladson Camelli afirmou que a suplente Mailza Gomes dará continuidade à agenda do titular. “Vai defender os princípios cristãos, a família, as mulheres, o produtor rural, o agronegócio e a infraestrutura”, disse o governador eleito, por meio de sua assessoria. Ele e sua equipe preferiram não comentar a possível influência da Assembleia de Deus no mandato, nem a condenação do marido da suplente por improbidade administrativa. O espaço está aberto para outras manifestações.

Com a palavra, o ex-prefeito e senador Guiomard James Gomes
O “Estado” tentou sucessivos contatos com o político. O espaço está aberto para manifestações.

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