Com “guerra de listas”, PSL não consegue confirmar quem é o líder

Aliados de Bolsonaro e de Bivar não se entendem sobre maioria para definir liderança do partido na Câmara. Ascensão de Eduardo está em xeque

Bruna Aidar ,
Tácio Lorran ,
Raphael Veleda
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Após a troca na liderança da bancada do PSL, a deputada federal Carla Zambelli (SP) disse que o grupo pró-Delegado Waldir (GO), agora ex-líder, pretende expulsá-la e a mais três deputados para que a assinatura deles não tenha validade no requerimento que conduziu Eduardo Bolsonaro (SP) à função. Além dela, estariam na mira Filipe Barros (PR), Alê Silva (MG) e Bibo Nunes (RS).

“Minha expulsão já está sendo falada há alguns dias, e não tenho mais acesso à liderança. Para se ter uma noção, fotos minhas que tiraram em uma comissão não podem me mandar, e me disseram que foi ordem do líder, e eles também não podem fazer análise de projetos”, afirmou ela ao Metrópoles. Questionada sobre qual motivo justificaria sua expulsão, a deputada alegou não saber.

Os parlamentares do PSL conseguiram nesta quarta-feira (16/10/2019) as 27 assinaturas para trocar o líder do partido, em uma movimentação que contou com a intervenção direta do próprio presidente. Bolsonaro e o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, protagonizam um embate público pelo controle do fundo partidário e da própria sigla.

Quando a guerra por assinaturas se acirrou, na noite desta quarta, Delegado Waldir convocou a imprensa às pressas na porta da liderança do PSL e deu sua entrevista mais contundente até agora. Na fala, acusou o presidente Jair Bolsonaro de estar interferindo no parlamento e “rasgando a Constituição”.

Confusão geral
No fim da noite, havia uma disputa de narrativas – e requerimentos. Menos de 10 minutos após o grupo bolsonarista apresentar um documento com 27 assinaturas (metade mais um da bancada de 53 do partido na Câmara) para destituir Waldir e emplacar Eduardo na liderança, os “bivaristas” protocolaram outro, com 31 nomes (e alegando que chegariam a 32, com subscrição de Bivar).

“O líder é Waldir, porque a Casa não confirmou a troca quando eles apresentaram a lista, então não teve troca. De qualquer maneira, protocolamos uma lista agora com 31 assinaturas, falta a do Bivar pra 32”, afirmou Junior Bozzella .

O “contragolpe”, entretanto, não foi confirmado pela assessoria da Câmara. Segundo Zambelli, o documento dos bolsonaristas, com 27 nomes, era o que estava valendo. A Casa precisava ainda conferir as assinaturas. Caso todas sejam validadas, Eduardo Bolsonaro será confirmado como novo líder desse PSL em pé de guerra – mas, como a conferência só deve ser concluída nesta quinta-feira (17/10/2019), o partido virará o dia sem saber quem, afinal, ocupa o cargo na Câmara.

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