Bolsonaro escolhe subprocurador-geral Augusto Aras para PGR

O presidente deve anunciar ainda nesta 5ª feira o nome do indicado a novo procurador-geral da República, para substituir Raquel Dodge

Thayná Schuquel
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Depois de semanas de especulações e negociações sobre o nome a ser indicado para ocupar a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR), no lugar de Raquel Dodge, a decisão deve ser revelada nesta quinta-feira (05/09/2019). O presidente Jair Bolsonaro (PSL) nomeará, ainda hoje, o subprocurador-geral Augusto Aras para o posto. A informação é do BRPolítico.

O chefe do Executivo tinha a opção de reconduzir Dodge ao cargo ou escolher um dos procuradores definidos pela categoria em lista tríplice. Desde o início do processo, contudo, Bolsonaro vinha manifestando a vontade de indicar alguém de fora da relação definida pelo Ministério Público Federal (MPF).

Bolsonaro recebeu, no início de julho, a lista tríplice determinada em eleição interna pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), com as sugestões do Ministério Público para sucessão de Dodge. Ela não estava na lista da ANPR, mas tinha se colocado “à disposição” para seguir no cargo.

O presidente tem a competência da indicação e não é obrigado a fazer a escolha a partir da lista da categoria. Estão na relação da ANPR Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. Dodge permanece no cargo até o fim de setembro.

Saiba quem é
O subprocurador Augusto Aras, de 60 anos, é doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e membro do MPF desde 1987. É considerado o candidato que melhor soube ler os sinais de Bolsonaro quanto aos requisitos para nomeação ao cargo.

Desde que foi eleito, Bolsonaro afirmava que não manteria procurador-geral “com viés ideológico” e sinalizava que questões ligadas a meio ambiente, direitos humanos e minorias não deveriam ser o foco. O elo entre Aras e Bolsonaro foi o ex-deputado federal pelo DF Alberto Fraga, colega de Câmara e amigo de longa data do presidente, responsável por levar o subprocurador-geral a pelo menos sete encontros no Palácio da Alvorada fora da agenda oficial.

Apesar de ter mantido ligação com políticos relacionados ao PT, em sua trajetória – a ponto de ter seu nome vinculado como possível indicado ao Supremo Tribunal Federal pela presidente Dilma Rousseff –, Augusto Aras demonstrou a Bolsonaro, em uma série de encontros no Palácio da Alvorada, que era conservador e alinhado ideologicamente a ele.

Aras se colocou como favorável à agenda de reformas do governo, teve o apoio dos filhos de Bolsonaro e de um dos ministros mais prestigiados pelo presidente, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Ele foi considerado importante para destravar a concessão da Ferrovia Norte-Sul. Bolsonaro dizia querer alguém “que não atrapalhe o progresso do país” e que seja “alinhado” com ele.

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