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Bolsonaro dá nota 10 aos ministros e diz que não se arrepende de nada

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente faz balanço dos 100 dias de governo e disse que gostaria de mais rapidez nos resultados

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
08/04/2019 Solenidade de Sanção da Lei de Cadastro Positivo
1 de 1 08/04/2019 Solenidade de Sanção da Lei de Cadastro Positivo - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Boldsonaro (PSL), afirmou, em entrevista exclusiva à rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (8/4), que dá “nota 10” ao seu ministério. Segundo ele, mesmo com a demissão do ministro Ricardo Vélez Rodriguez, da Educação, seus auxiliares estão fazendo um ótimo trabalho. E garantiu, também, que não há nenhum medida que tenha tomado da qual se arrependa.

“É difícil mandar alguém embora”, disse o presidente. “Mas nos outros ministérios, se apresentarem problema, também tomaremos decisão. A responsabilidade é minha”, emendou. Bolsonaro ressaltou, porém, que a responsabilidade das indicações dentro dos ministérios é dos ministros. “Mas cobramos produtividade no final da linha”, acrescentou.

Bolsonaro avaliou que o governo poderia ter avançado mais caso seu primeiro escalão não fosse inexperiente. “Confesso que gostaria de mais agilidade. É um ministério novo, com muitos sem experiência política”, disse.

“Não tenho problema com nenhum ministro. Não tenho empregado, todo mundo é meu irmão nessa batalha de mudar o Brasil. Tem ministro que não aceitaria o cargo se não fosse comigo”, afirmou o presidente. “Eu quero ministro mais inteligente e mais competente do que eu. Carta branca está mantida para todos eles, mas tenho poder de veto, senão a coisa complica”, emendou.

Retrospectiva
A entrevista foi uma espécie de retrospectiva dos 100 dias do governo. Bolsonaro falou sobre a questão da demarcação de terras indígenas, que ele repetiu que irá rever aquelas que a lei permitir que ele faça e cobrou novamente do Congresso celeridade no trâmite da reforma da Previdência. Ele disse não entender bem o porquê de o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, não tramitar paralelamente.

“A análise da Previdência vai ocupar cerca de 10% dos deputados. O restante, 90%, poderia fazer outra coisa sem problema nenhum”, observou.

Questionado se há alguma coisa da qual se arrependa nesses primeiros três meses de gestão, como o vídeo pornô divulgado à época do Carnaval, Bolsonaro disse que não há qualquer tipo de arrependimento. “O que está foto está feito. Aquilo serve de ensinamento, para não repetir no futuro. Já fez. Já era, tem que assumir a responsabilidade e tocar o barco”, afirmou.

Demissão de Vélez
Depois da demissão de Vélez Rodríguez, Bolsonaro ressaltou que faltou ao então ministro expertise e capacidade de gestão à frente da pasta.

Bolsonaro disse que Vélez é uma pessoa “simpática, amável e competente”, mas admitiu que os problemas no Ministério da Educação ficaram insustentáveis. “A gente não pode continuar sangrando um ministério que é importantíssimo”, declarou o presidente.

Bolsonaro anunciou a demissão do agora ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez na manhã desta segunda, pelo Twitter. Quem assume o ministério é o professor Abraham Weintraub, economista formado pela Universidade de São Paulo (USP) em 1994 e mestre em finanças pela Fundação Getulio Vargas.

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